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Empresário atira em carro que dava ‘cavalo de pau’, em Rondônia, e mata jovem de 20 anos

Por O GLOBO

Camila Barros Dias tinha 20 anos Foto: Arquivo Pessoal

Após uma discussão com o namorado, a jovem Camila Barros Dias, de 20 anos, queria “distrair a cabeça”. Três amigos resolveram sair, na noite de quarta-feira, em Ji-Paraná, em Rondônia, e, juntos, foram dar “cavalos de pau” em um depósito de areia localizado na zona rural da região. Ela acabou sendo morta após um empresário ter visto as manobras e atirado.

De acordo com o delegado Luís Carlos de Almeida, da Delegacia de Homicídios, o condutor do veículo onde estava Camila era amigo da vítima. Ele  dirigia uma Ford Ranger emprestada pelo avô, sem que o dono tivesse conhecimento. O grupo foi até o local duas vezes e, na segunda, o empresário fez os  disparos.

De acordo com o depoimento prestado na delegacia, o autor do crime disse que, na segunda vez que o veículo fez as manobras, movimentou cascalhos que atingiram a porta da casa em que mora o atirador, localizada em uma rodovia, ao lado de um depósito de areia. Ele pensou que o barulho fosse de tiros e confessou ter atirado três vezes. Mas, segundo perícia realizada pela Polícia Civil, há sete marcas de tiros no carro.

— A hipótese de legítima defesa não se sustenta neste caso porque o veículo não apresentava danos à integridade física do homem ou da casa. Além disso, foi constatado que ele é um atirador profissional.  É difícil haver uma hipótese de invasão de domicílio porque o local não é cercado por muros ou cercas. Ele não sofreu agressão e não teve motivos para atirar — afirmou o delegado, reiterando que a arma utilizada no crime foi uma pistola de 9mm e que o autor “agiu de modo livre e consciente, assumindo o risco de matar os ocupantes do veículo”.

Após ouvir os tiros, os jovens saíram do carro, mas perceberam que Camila não se moveu e estava ensanguentada. Eles a levaram até um hospital da região, mas a jovem não resistiu aos ferimentos e morreu após receber atendimento médico.

Ainda de acordo com as informações do delegado, não havia indícios de que o condutor do veículo, que é habilitado, estivesse sob a influência de álcool ou outras drogas. Ele pode responder ao crime de direção perigosa.

— Uma curiosidade deste caso é que o pai da menina que morreu também já respondeu a homicídio por dar “cavalo de pau” ao dirigir, mas estava embriagado. Ele acabou ferindo pessoas também, mas isso foi anos atrás e ele perdeu o direito de dirigir. Agora, a filha morre de forma semelhante. É uma coincidência muito terrível e trágica —  finalizou.

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