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Estado já classifica surto de H3N2 como epidemia em Mato Grosso do Sul

Por Correio do Estado

FLURONA”. Especialistas alertam para crescimento de casos de dupla infecção de gripe e coronavírus na Capital e em MS. Foto: Álvaro Rezende

Com pelo menos 91 casos da gripe A H3N2 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) ontem, Mato Grosso do Sul atravessa uma epidemia de gripe em paralelo à pandemia de Covid-19. 

Para o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, o rápido crescimento dos casos de gripe fez com que o estágio de surto já fosse superado no Estado.

Existe um atraso nos dados da Vigilância Epidemiológica, mas já temos óbitos de H3N2 e pessoas internadas com dupla infecção. 

O que mostra que um H3N2 já está em situação de epidemia no Estado, porque o surto é apenas quando é algo restrito, a epidemia é algo generalizado para diversas cidades, o que, de fato, está ocorrendo em Mato Grosso do Sul ”, reiterou Croda .  

Ao Correio do Estado, o assessor Militar da SES, coronel Marcello Fraiha, confirmou a situação de epidemia de gripe em MS. 

É importante saliente que até o dia 11 de dezembro de 2021, nenhum caso ou morte de H3N2 havia sido registrado em MS. 

Por ora, o Estado possui uma média de quatro novos casos de H3N2 confirmados por dia.

O pesquisador da Fiocruz pontuou ainda que o Estado pode apresentar um aumento importante de casos de Covid-19 associados à transmissão comunitária da variante Ômicron, tendência já registrada no País. 

Conforme Croda, para evitar contágio para a gripe, uma população deve manter os cuidados de biossegurança.  

“É necessário o uso máscaras, manter o distanciamento social e evitar aglomerações”, afirmou. 

O infectologista ressaltou que é importante que o poder público entenda que, neste momento de aumento de casos de queixa e Covid-19, é preciso reavaliar a autorização para eventos de grande porte. 

“Talvez seja interessante cancelar eventos associados a aglomerações, como shows, reuniões com mais de 500 pessoas, que estão diretamente ligados a uma maior transmissibilidade desses vírus”, disse.  

A reportagem percorreu ontem algumas unidades básicas de saúde, quando foi possível constatar o alto fluxo de pessoas com relatos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) em busca de atendimento. 

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon, Universitário e Santa Mônica, o local destinado à espera da consulta para pacientes com sintomas gripais estava lotado. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), os atendimentos nas unidades básicas de saúde passaram de 80 para 200 pacientes por dia, um crescimento de 150% apenas nas últimas semanas.  

 “FLURONA”

A SES confirmou ontem no Estado os primeiros seis casos de “florona”, uma junção das palavras flu, que é gripe em inglês, com parte da palavra coronavírus. 

Segundo a Pasta, todos os casos elaborados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) foram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz (IAF), em São Paulo, onde ocorreu a ocorrência da dupla infecção por influenza e Covid-19.  

Os casos foram registrados em Corumbá, Dourados e Campo Grande. Todos os pacientes já receberam alta. 

No País, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará já confirmaram duplas infecções por “flurona”. Para o doutor em doenças infecciosas Everton Lemos, é possível haver tanto um sobre a influenza como de novos casos de alterações simultâneas.

“Já existiam relatos de casos de coinfecção de Covid-19 com outras doenças desde o início da pandemia. Como a H3N2 é uma cepa nova e não teve imunização específica para ela, esta tem apresentado um aumento de casos por agora ”, afirmou Lemos.  

De acordo com o infectologista Julio Croda, uma dupla infecção não apresenta um maior risco ao paciente. 

“Infecção por dois vírus não é algo raro, temo isso para zika e chikungunya e para dengue, é até comum. Ainda mais neste momento que são dois vírus respiratórios em circulação com todas as medidas [de biossegurança] flexibilizadas e uma vacina da influenza que não contém um cepa H3N2 ”, relatado o pesquisador. 

Veja matéria completa em: Estado já classifica surto de H3N2 como epidemia em Mato Grosso do Sul 

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