Augusto Heleno reprovou a forma como Jair Bolsonaro agiu nos últimos dias, recorrendo a Alexandre de Moraes para não ir depor à Polícia Federal. O depoimento seria no âmbito do inquérito que investiga o presidente por ter vazado, em agosto de 2021, um documento supostamente sigiloso, sobre a investigação da PF que apura um ataque hacker ao TSE.
Heleno considera que, mais uma vez, Alexandre de Moraes “jogou fora das quatro linhas” ao intimar o presidente. Todo este inquérito, em sua avaliação, é descabido, uma vez que, como defende a Advocacia-Geral da União, o documento já não estava mais sigiloso quando foi divulgado por Bolsonaro. Recorrer judicialmente foi, portanto, legitimar algo que não teria legitimidade.
Esta foi mais uma derrota recente de Heleno e de outros ministros que preferem Bolsonaro inflamado, como Luiz Eduardo Ramos (Secretaria Geral), Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos) e Anderson Torres (Justiça).
Walter Braga Netto, da Defesa, consultado por Bolsonaro mesmo em férias, também defendeu que Bolsonaro deveria expor publicamente seu incômodo, o que o presidente ainda não fez.