Governo não exigirá receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (5) as regras para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos – e abriu mão da exigência de receita médica para imunização dessa faixa etária.

Segundo o ministério, o primeiro lote de vacinas pediátricas deve chegar ao país no próximo dia 13. A distribuição aos estados começará a ser feita no dia seguinte, se o cronograma for cumprido – o que permitiria o início da vacinação nos municípios entre os dias 14 e 15 deste mês.

De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:

  • em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
  • sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
  • com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.

Apesar de não exigir a receita médica, o Ministério da Saúde disse orientar que os pais “procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização”.

Segundo o IBGE, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária.

O Ministério da Saúde informou nesta quarta que já encomendou “mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer” – o que seria suficiente para a primeira dose, mas não para completar o ciclo vacinal.

“A previsão é que essas [20 milhões de] unidades sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Até o fim de janeiro, a estimativa é que 3,7 milhões de doses cheguem ao pais”, diz o material divulgado pelo ministério nesta quarta.

Essas 3,7 milhões de doses devem chegar ao país em três voos distintos, sendo um por semana. De acordo com o governo, o cronograma previsto é:

  • 13 de janeiro: primeiro voo com 1,248 milhão de doses;
  • 20 de janeiro: segundo voo com 1,248 milhão de doses;
  • 27 de janeiro: terceiro voo com 1,248 milhão de doses.

Durante a coletiva, Marcelo Queiroga foi questionado sobre como aconselharia um pai que chegasse a seu gabinete com dúvidas sobre vacinar, ou não, seus filhos. O ministro driblou a pergunta – disse apenas que aconselharia a pessoa a “procurar um médico de confiança”.

Doses seguras

Durante a coletiva, Queiroga afirmou que a segurança e a eficácia da vacina pediátrica da Pfizer – que é aplicada em dose menor, em relação à versão para adultos – já foi atestada por diversas agências internacionais.

“Isso foi testado através de ensaios clínicos e já logrou aprovação em agências sanitárias respeitáveis, a exemplo do FDA [agência dos Estados Unidos], da Agência Europeia de Medicamentos, e agora teve o aval da Anvisa. Portanto, a Anvisa atestou a segurança regulatória”, elencou Queiroga.

Segundo a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, a decisão de prever um intervalo obrigatório de oito semanas entre as doses tem o objetivo de aumentar a produção de anticorpos nesse período.

“Todos sabem que os estudos demonstraram, principalmente em adultos, que em intervalo maior de três semanas há uma maior produção dos anticorpos neutralizantes. Ou seja, nós temos um benefício maior. E se nós não estamos em um cenário epidemiológico onde haja uma necessidade premente de se completar o esquema vacinal primário, é muito melhor para qualquer indivíduo que esse intervalo se amplie”, afirmou.

O maior prazo, diz a secretária, também pode reduzir o risco de que as crianças desenvolvam algum efeito adverso – o órgão de controle de doenças dos Estados Unidos já atestou que efeitos do tipo são raros entre crianças.

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