Uma médica de 32 anos, grávida de cinco meses, foi vítima de um “sequestro-relâmpago” no estacionamento do Shopping Paralela, em Salvador, e teve pelo menos R$ 30 mil sacados ou desviados pelos suspeitos. Ela trabalha no centro de compras e foi abordada pelos bandidos quando deixava o local na manhã da terça-feira (11), por volta das 10 horas.
De acordo com a mãe da vítima, que prefere não ser identificada, a médica estacionou o veículo em uma vaga reservada para gestantes no piso G1. Ao abrir a porta traseira para guardar a bolsa no banco de trás, um carro parou ao lado com dois homens.
Um deles desceu, anunciou o assalto e empurrou a mulher para dentro do carro. O outro homem tomou a direção do automóvel da médica e os três seguiram no mesmo veículo. “Não tinha ninguém no momento, o shopping estava vazio”, comentou a mãe.
A mulher relatou que, enquanto um dos homens dirigia, o outro permanecia com a médica no banco de trás com uma arma apontada em sua direção.
Em um trecho da Avenida Orlando Gomes, os bandidos encontraram um terceiro homem que os aguardava parado em uma motocicleta. Ele entrou no carro, sentou no banco do carona e voltaram para o Shopping Paralela para pegar o carro usado na abordagem da vítima.
Saques e transferências
Os dois veículos seguiram para o Salvador Norte Shopping, em São Cristóvão. No estacionamento, um dos suspeitos permaneceu no veículo enquanto outros dois foram à loja do Bompreço, ao lado do shopping, e sacaram dinheiro da vítima em um caixa eletrônico.
Os suspeitos fizeram, inicialmente, um saque de R$ 2 mil, além de transferências bancárias via pix no valor de R$ 28 mil. A mãe da vítima destacou que todas as transferências foram feitas para contas em nome de mulheres.
Ainda segundo a mãe da vítima, um dos envolvidos tinha uma máquina de cartão de crédito, utilizada dentro do carro para efetuar a transferência do dinheiro. A quadrilha conseguiu aumentar o limite de compra disponível no cartão da médica e fizeram empréstimo e pix para contas de laranjas.
Sem conseguir movimentar a quantia, os suspeitos liberaram a mulher cerca de três horas depois em um trecho na Avenida Paralela, próximo a uma clínica veterinária. Os homens levaram o carro da médica, joias e o telefone celular.
“Durante o sequestro, minha filha dizia que eles poderiam levar qualquer coisa. Ela só queria que a deixassem viva. A equipe do shopping precisa monitorar melhor o estacionamento, principalmente na área destinada aos cadeirantes, idosos e grávidas”, completou.
Por meio de nota oficial, o Shopping Paralela informou que entrou em contato com a vítima para ter informações sobre o crime e está colaborando com autoridades responsáveis para investigação. O centro de compras ressalta que, após esse episódio, reforçou a segurança privada no local.
Sobre o saque no caixa eletrônico que fica dentro do Bompreço, o Grupo BIG informa que está à disposição das autoridades para ajudar nas investigações. O caso foi registrado na Delegacia de Repressão a Furto e Roubo de Veículos (DRFRV), em Salvador, que investiga o crime.