Milhões de brasileiros precisam regularizar a situação eleitoral para votar nas eleições de outubro.
A dentista Renata Cotta Machado levou 15 minutos para tirar a segunda via do título de eleitor. Ela, que já precisou ir ao cartório eleitoral outras vezes, não recomenda deixar para última hora.
“Da última vez que eu vim, enfrentei uma fila que estava dando a volta no quarteirão”, contou Renata.
Atualmente, pouco mais de 15 milhões de brasileiros estão com o título irregular. Cerca de 4,5 milhões deixaram de votar ou justificar a ausência nas últimas eleições. Mais de 10 milhões tiveram o título cancelado, porque foram chamados para fazer o cadastramento biométrico e não compareceram.
Mesmo a Justiça tendo suspendido temporariamente a biometria nas eleições, por causa da pandemia, esses eleitores precisam fazer a revisão cadastral para regularizar a situação.
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“Já que a pessoa deixou de comparecer quando foi obrigado, a Justiça Eleitoral vai querer saber onde ela está, se está morando no mesmo município, se é num município diferente, se alterou algum dado, se houve alguma alteração no nome ou não, se permanece tudo igual… Não vai colher a biometria, mas esses outros dados são importantes para o cadastro eleitoral”, afirmou o coordenador da Central de Atendimento ao Eleitor de Belo Horizonte, Virlei Oliveira.
Os eleitores têm até o dia 4 de maio para regularizar a situação, mas nem todo mundo precisa sair de casa. Praticamente todos os serviços oferecidos pelos cartórios eleitorais, inclusive para regularização do título, podem ser feitos pela internet.
A Justiça Eleitoral pede que os eleitores deem preferência ao atendimento on-line, principalmente para evitar aglomerações em tempos de pandemia.
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“No cenário normal, nós já temos dificuldade em relação ao atendimento, porque as pessoas acabam deixando para os últimos dias, e isso agrava a situação, principalmente porque muitos TREs, acredito que a maioria deles, não estão atendendo eleitores de forma presencial”, lembrou Sandro Vieira, juiz auxiliar da Presidência do TSE.
Quem continuar com o título de eleitor suspenso ou cancelado, fica impedido, entre outras coisas, de tirar passaporte e prestar concurso público. O estudante Lucas Ferreira da Fonseca acabou de completar 18 anos e já está apto a ajudar a decidir o futuro do país.
“Nós vivemos aqui. Se a gente não se importar com o nosso país, com a nossa nação, quem vai? Mesmo que quem eu vote não seja eleito, pelo menos eu vou ter contribuído com a minha opinião para poder tentar melhorar um pouco mais o nosso país”, disse Lucas.