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OPINIÃO: Para superar crise, MDB quer mais espaço no Acre em 2022 e traça plano

Por TON LINDOSO, DO CONTILNET

Flaviano Melo, presidente do MDB-AC, e Gladson Cameli (Progressistas-AC), pré-candidato à reeleição ao Governo do Acre. Foto: Reprodução/redes sociais

Um dos partidos mais tradicionais da política nacional, o glorioso MDB acenou para uma provável candidatura do vereador Emerson Jarude ao Governo do Acre.

O movimento vem à tona após uma sucessão de acontecimentos, que vão desde à saída de Márcio Bittar – senador que se tornou relator do Orçamento e trouxe destinação histórica de emendas ao Acre – até o degaste com o deputado estadual Roberto Duarte – um dos nomes de destaque na Aleac – que culminou em carta que ‘libera’ o parlamentar da sigla.

Prestigiado desde o início do governo Gladson, o partido, que parece nunca estar satisfeito, não teria motivos consistentes para abandonar, de fato, o barco de Cameli. E pode não abandonar por, pelo menos, três razões.

Primeiro porque o partido quer o apoio do governador à candidatura de Jéssica Sales ao Senado Federal. Apoio esse que, pelo menos, outros quatro nomes disputam: Mailza Gomes (Progressistas-AC), Vanda Milani (Solidariedade-AC), Alan Rick (DEM-AC) e Márcia Bittar (PSL-AC).

Segundo: o partido tem à sua disposição uma estrutura dentro do Governo do Acre, que vai desde indicação em secretarias até cargos comissionados em repartições. Nunca pôde reclamar da falta disso; tem recursos para trabalhar.

E terceiro, mas não menos importante: o partido sabe que disputar com Gladson não será uma tarefa fácil. Mesmo com as movimentações que mantêm minimamente unidos os partidos de esquerda (e a dissipação cada vez mais latente de partidos que compõem – ou compuseram – a base do Governo), o atual governador ainda é o número 1 nas intenções de voto. Em todas as pesquisas divulgadas. Ninguém, até agora, ameaçou Gladson nesse sentido.

Flaviano pode, com a estratégia, tentar pleitear apoio exclusivo de Gladson à Jessica ao Senado e usa, em seu favor, seu desempenho nas pesquisas; e engrossa o pescoço mostrando que o partido pode alçar voo solo nas próximas eleições. Outra coisa que Flaviano pode querer: indicar alguém à vaga de vice-governador. Ou os dois. Vamos aguardar e ver se, com todo o dinamismo que a política acreana reserva, querer sempre é poder.

Outro nome

Com um plano para assustar Gladson e lançar candidato ao Governo do Acre, ninguém dentro do partido pensou em um nome como o de Roberto Duarte?

É bom lembrar

Roberto já falou aos quatro cantos do Acre que quer ser deputado federal, com chances de ser bem votado. Até agora, nenhum partido acenou para uma chapa verdadeiramente competitiva à Câmara Federal. Estamos em janeiro.

É bom lembrar²

Nem Meire Serafim, esposa do prefeito de Sena Madureira Mazinho, que largou o partido para apoiar e ser apoiado pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC) foi notificada tal qual Roberto. Aliás: Meire fica ou sai do partido?

Outros nomes

Além da própria Meire e Mazinho, nomes como Eliane Sinhasique e engenheira Maria Alice também estremeceram suas relações com a sigla.

Fazendo o dever de casa

Sobre chapas em etapa de montagem para a Aleac, dois partidos chamam atenção: PTB e PSD. O primeiro, comandado pela publicitária Charlene Lima, aposta em nomes fortes e já conhecidos pelo eleitorado, enquanto o de Petecão aposta em novos nomes, mas com chances de bons votos.

Os destaques

No PTB, destaque para o nome de pastor Reginaldo Ferreira, que comandou o PP em Rio Branco – em sua melhor fase e com grandes feitos – e a jornalista e empresária Wania Pinheiro, de quem sou suspeito para falar; mas sua trajetória, os indicadores e sua aceitação por onde passa falam por si. No PSD, a sindicalista Rosana Nascimento e o prefeito de Marechal Thaumaturgo Isaac Piyãko são dois dos notáveis.

Será que vem aí?

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (Progressistas-AC) reconhece que seu governo possui pontos de melhoria. Já disparou mensagens ao secretariado pedindo mangas arregaçadas e visitou alguns veículos de imprensa para falar sobre o ano de 2022.

O ContilNet foi um desses. A entrevista vai ao ar neste domingo (9).

Eles sabem

Uma fonte palaciana me revelou que o Governo do Acre – lê-se Gladson e time de confiança – sabe quem é quem. Quem se posiciona, quem fica em cima do muro, quem fala apenas em momentos oportunos e quem sai pela tangente. Providências podem ser tomadas. Recordam que, em tempos de G7 e prisão de Lula, toda a base do governo permaneceu unida e com posicionamento firme – é o que se espera de aliados.

Cerco se fechando

Até em grupos de WhatsApp pró-Gladson, personalidades que fazem oposição ao governador estão sendo removidas. Alguns dos excluídos não estão gostando nada disto. Secretários, comissionados e entusiastas de Gladson defendem a permanência, única e exclusiva, de apoiadores em certos grupos.

“Tá (sic) mais do que na hora de termos respeito pela autoridade do Governador e a pessoa que ele é”, disse um secretário de Estado.

Wherles Rocha e a próxima batalha

Após recuperação, o vice-governador Wherles Rocha (PSL-AC) tem um baita desafio para os próximos meses: ele quer presidir o União Brasil – e disputa a vaga com nomes de peso, como Márcio Bittar (PSL-AC) e Alan Rick (DEM-AC). Fontes brasilienses garantem que Márcio já está apalavrado com a executiva nacional. E já é o presidente do partido. Logo, não tem disputa.

Peças do quebra-cabeça

O próximo passo do vice-governador, passado esse imbróglio envolvendo o partido, é se estruturar para as eleições. Ou tentar. Não se sabe, ainda, como seu nome deve se encaixar nas vagas disponíveis, mas há certa expectativa do PL em torno do nome da irmã, deputada federal Mara Rocha.

É melhor fazer as contas

Com ou sem mandato, quem quiser concorrer às eleições esse ano precisa fazer algumas contas. O cenário está mais acirrado.

São vários fatores

Com o fim das coligações, todo cuidado é pouco: não basta, apenas, ser bom de voto. Precisa estar em chapa competitiva. Nas eleições de 2020, Gabriela Câmara foi uma das mais bem votadas para a Câmara de Rio Branco. E ficou de fora.

O buraco é mais embaixo

Gabriela ficou de fora porque seu partido – o PL – não alcançou a cláusula de barreira. Viu candidatos com menor performance serem eleitos. Se para o parlamento mirim o fim das coligações já começa a ser sentido, para Aleac e Câmara Federal o buraco é ainda mais embaixo.

Tem que rebolar

Discutindo federação em Brasília e com movimentos a passos largos para candidatura ao Governo do Acre, o PSB pode ter um pouquinho de trabalho nas relações diplomáticas com o PT. Aqui, os irmãos Viana sempre ditaram as regras do jogo nos tempos de coligações proporcionais. Lá fora, o partido sempre teve o pescoço grosso. Agora, fala-se até em Marcus Alexandre para o governo. Fala-se também no próprio Jorge, dependendo do desenrolar dos últimos acontecimentos. Jenilson, que quer o apoio do vermelhão, é um ótimo nome e tem trabalhado de forma consistente.

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