A Polícia Federal disse que o artista indonésio Arnold Putra era o destinatário final de uma encomenda que saiu do Amazonas com uma mão humana e três placentas.
O caso veio à tona nesta terça-feira (22), durante a operação Plastina. Um professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), é suspeito de enviar ilegalmente o material para o artista, em Singapura.
De acordo com o delegado Igor de Souza Barros, que está à frente do caso, a Polícia Federal identificou que o homem é acostumado a receber encomendas desse tipo:
“Verificamos que esse destinatário já tinha indícios de recebimento de materiais humanos não só do Brasil, mas de outros lugares para fazer artesanato, adornos e peças”, explicou.
Segundo a PF, a investigação começou em outubro de 2021 e nesta terça foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na UEA e outro na casa do professor suspeito do crime.
A operação também cumpriu um mandado de afastamento de função pública. Os documentos foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da SJAM. Em nota, a UEA informou que um professor concursado da disciplina de anatomia foi afastado por 30 dias por suspeita de traficar órgãos humanos, após ordem da Justiça Federal.
De acordo com a instituição, foi realizada busca e apreensão pela Polícia Federal de um computador e de peças anatômicas tratadas por meio de plastinação, utilizadas como prática de ensino da disciplina, no laboratório de anatomia.
O professor envolvido no caso vai ser investigado pela polícia por tráfico internacional de órgãos. Se condenado, o investigado poderá responder, na medida de sua responsabilidade, com pena de até 8 anos de reclusão.
Operação Plastinação
O nome da operação da Polícia Federal é uma alusão ao procedimento utilizado pelo investigado para conservar os órgãos traficados. Segundo a investigação, o professor que enviou a mão e as placentas para o artista é especialista na técnica.