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Jorge Viana se encontra com Lula em São Paulo e deixa no ar que pode disputar o Governo

Por THIAGO CABRAL, DO CONTILNET

Jorge Viana e o presidente Lula/Foto: Ricardo Stuckert

Encontro

O ex-senador Jorge Viana (PT) se encontrou mais uma vez com o ex-presidente Lula (PT) para discutir política e as eleições deste ano. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira (11), em São Paulo.

Deixou no ar

No registro que fez nas redes sociais sobre o encontro, JV deixou no ar que que pode vir a disputar o Governo do Estado. “Falamos dos tempos de prosperidade que vivemos no Acre, onde nosso povo ganhou com os programas públicos que fizemos juntos. Lembramos quanta coisa bacana estava acontecendo no Brasil, com os jovens, idosos e com quem queria trabalhar, produzir e prosperar.
Por isso a gente analisa a possibilidade entrar juntos na luta de 2022. Eu tenho muita fé em Deus que estes tempos vão voltar”, escreveu Viana.

Governo x Senado

Que desde o início das articulações para as eleições deste ano, JV vem tentando viabilizar seu nome para o Senando, não é novidade pra quase ninguém, só que o maior entrave sempre foi que internamente o ex-senador era pressionado para disputar o Governo. Se a pressão dos companheiros locais não vinha surtindo efeito, a pressão nacional parece que surtirá. Quando JV escreve que: “a gente (ele e Lula) analisa a possibilidade entrar juntos na luta de 2022”, deixa claro que existe sim a chance de disputar o Governo.

Muda tudo

Se de fato aceitar disputar o Governo, o tabuleiro da política acreana muda por completo. Muda na sua base, já que a centro-esquerda (e a possível federação entre PT, PSB, PCdoB e PV) já tem uma candidatura posta, a do deputado estadual Jenilson Leite (PSB), e muda também o cenário eleitoral como um todo. Primeiro, porque saindo da disputa do Senado, que ele vem liderando nas últimas pesquisas, amplia a chance de que algum dos candidatos da base governista saia vitorioso; e segundo porque a disputa ao Governo tende a ganhar uma nova polarização, ao invés do governador Gladson Cameli (PP) ter como principal adversário o senador Sérgio Petecão (PSD), passará a polarizar contra o PT de Jorge Viana.

Federação

Outra confusão que essa possível candidatura de JV ao Governo pode causar é dentro da federação que vem sendo construída em Brasília para unir PT, PCdoB, PSB e PV nessas eleições. Agora que as contas e os pedidos de cada partido estão fechando, esse movimento de JV pode trazer algum prejuízo para o PT nacional. Isso porque, uma das exigências do PSB para se federar com o PT é que o partido de Lula ceda o lugar da disputa ao Governo do Acre para os socialistas, no caso, que apoiem o deputado Jenilson Leite. Se Jorge quiser mesmo disputar o Palácio Rio Branco, para essa equação fechar, o PT vai ter que ceder em algum lugar para o PSB.

Gestos

Pra quem vive a política sabe que um gesto vale muito. Uma declaração pública ou até mesmo em âmbito particular, pode mudar o rumo de muita coisa. E só quem entende isso é que consegue construir projetos e unir pessoas.

Jenilson e JV

Enquanto o deputado Jenilson Leite já fez um gesto a favor da resolução dos entraves que uma candidatura de Jorge Viana ao Governo pode ocasionar na futura federação, pouco ou quase nada se vê de gestos dos petistas em relação a construção de uma chapa que contemple todas as forças políticas envolvidas. Em uma entrevista recente a uma rádio no interior, Jenilson chegou a dizer que caso JV decidisse pelo Governo, ele poderia vir para o Senado. Enquanto isso, do lado petista, não há gestos e nem definições.

Petecão e Jenilson

Se por um lado, JV não tem feito gestos para Jenilson, o senador Petecão sempre que pode elogia publicamente o colega. À coluna, Petecão já chegou a dizer que fará bastante esforço para ter o socialista junto dele na caminhada eleitoral. Jenilson, por sua vez, tem ficado mais quieto quando o assunto é Petecão, talvez por saber que com a possibilidade da federação, uma aliança com o PSD fica quase impossível.

PTxPSB

Nacionalmente, o principal entrave para que a federação ainda não tenha saído do papel é a disputa interna entre PT e PSB por alguma candidaturas, a principal delas, a de São Paulo, que tanto Márcio França (PSB) quanto Fernando Haddad (PT) não querem abrir mão da disputa pelo Governo.

Recuou

Na última quarta (9), Márcio França chegou a fazer um grande gesto para tentar colocar panos quentes nessa briga. Disse que ele e Haddad decidiriam quem iria para a disputa do Governo só próximo da homologação da candidatura, com o escolhido sendo o que melhor estivesse pontuando nas pesquisas.

Resposta

Se o PSB esperava como resposta um outro gesto do PT, se enganou. Já na quinta-feira (10) Lula cravou o nome de Haddad na disputa do Governo. Carlos Siqueira, presidente do PSB, disse que França também seria candidato e ponto final. Mais um impasse criado e mais tempo gasto para apagar esse fogo.

Aniversário

Ontem, no aniversário de 42 anos do PT, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, deu declarações que foram entendidas como um gesto de que está disposto a fazer uma aliança com o PT. Kassab disse que o PT deixou um grande legado para o Brasil e desejou vida longa ao partido. O PT quer o PSD junto já no primeiro turno, mas Kassab insiste que o apoio só vem no segundo. Vamos acompanhar os próximos passos.

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