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Narciso Mendes: ‘Nossa República nada tem a ganhar e muito a perder’

Por NARCISO MENDES, PARA CONTILNET

Narciso Mendes.

Radicalismo

A desconfiança é o farol que guia os prudentes                                     

Segundo Aristóteles “O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz”. Lamentavelmente, os radicais ignoram tão oportuníssimo aconselhamento, e não raramente, se tornam vítimas dos seus trágicos comportamentos. Nas religiões e na atividade política, particularmente, os radicais já deram sérios prejuízos à humanidade e a nossa própria civilização. 

Os exemplos abundam quando nos reportamos aos radicais e nenhum deles sugere que devamos segui-lo. A exemplificar: o extremismo de Adolf Hitler foi o que levou o mundo a segunda guerra mundial, a maior tragédia que a humanidade já teve que enfrentar.

Os termos “direita/esquerda” apareceram durante a Revolução Francesa em 1989 e no subsequente império de Napoleão Bonaparte, quando os membros da sua Assembleia Nacional ocupava seus assentos: os partidários do rei sentavam-se a sua direita e os simpatizantes da revolução se sentavam a esquerda. Ainda mais: os partidários do rei eram chamados de genundinos e os favoráveis a revolução de jacobinos.  

Embora o mundo ocidental tenha se apropriado dessa binária dicotomia, ao invés dos debates surgiram os embates. Para muitos cientistas políticos, entre eles, o PhD, Adriano Gianturno, tais rotulações não seriam capazes de superar as complexidades entre países, e não raramente, entre os integrantes de um mesmo país. 

O nosso país, felizmente, não enfrenta contenciosos com nenhum outro país do mundo. O último aconteceu entre os anos 1.864/1.870, ou mais precisamente, desde a guerra com o Paraguaio. 

Entretanto, entre nós brasileiros, esta dicotomia permanece e em versões bastante pioradas. Reporto-me àqueles que se auto-rotulam de extrema direita e extrema esquerda, e de pronto, passam a se tratar como inimigos e não mais como adversários políticos.  

Como a virtude está no meio, segundo o filosofo Aristóteles, há que se perguntar: por que a disputa pela presidência da República nas nossas próximas eleições, ao quem tudo está nos leva a crer, se dará entre dois candidatos que se acusam mutuamente de pertencerem aos extremos? 

Resposta: porque o nosso centro político com suas múltiplas candidaturas, no entorno de meia dúzia delas, não terá condições de levar nenhuma delas ao segundo turno e, portanto, são os principais responsáveis pela polarização que tanto condenam, no caso, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.  

Nossa República nada tem a ganhar e muito a perder, enquanto não dispusermos de uma legislação político/partidária/eleitoral à altura de tornar a nossa atividade política virtuosa. 

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