Regimes governamentais
Predomina no mundo três regimes de governo: o parlamentarista, o presidencialismo e a ditadura
Como funcionam os regimes acima referidos? Nos países politicamente estáveis o regime prevalente tem sido o parlamentarismo. Os países europeus estão aí como exemplo. Neles a chefia do Estado é exercida por um monarca ou por um presidente diretamente eleito pela vontade popular e o chefe do governo é escolhido pelo seu correspondente parlamento, porém sem disporem de um mandato com prazo fixo e determinado. Portanto, podendo ser substituído a qualquer tempo, bastando para tanto que venha perder a confiança da maioria parlamentar que o conduzira ao poder. A competência política e sua gestão é o que determina a sua permanência no poder.
Na Alemanha, a Chanceler Ângela Merkel permaneceu no poder por 16 anos ininterruptos, enquanto em outros países da própria Europa, vários chefes de governo chegaram a ser substituídos antes de completar o primeiro aniversário na função. Eu, particularmente, sou defensor deste regime, até porque, chefiar um governo é uma missão que exige competência política e capacidade gestora.
No regime presidencialista, a chefia do estado e a do governo é exercida pela mesma pessoa e a exerce por um prazo fixo e determinado, no nosso caso, por quatro anos. Foi no presidencialismo dos EUA que os países do nosso continente latino-americano se espelharam e passaram a adotá-lo. Detalhe a ser considerado: nos EUA, tanto as suas instituições, quanto o nível de consciência política de sua população e suas legislações o tem fortalecido, ainda que um presidente do tipo Donald Trump tenha tentado desconstruí-lo.
Sobre a ditadura, pelo nojo que tenho desse regime só me resta lamentar os povos que vivem sob seu julgo, pois nele o direito é seletivo e só existe para àqueles que o apoia. Aos contrários, a tortura é a morte são permitidas.
Daí a pergunta que se impõe: por que o nosso regime presidencialista não deu certo e só tem nos trazido sérias preocupações, não apenas nas eleições passadas e nas ainda não realizadas? Vejamos as incertezas que estão cercando as nossas próximas eleições. Resposta: porque não dispomos de uma estrutura político-partidária capaz de reagir aos nossos constantes e previstos reveses.
No nosso país, os nossos partidos políticos, predominantemente, só se prestam para permitirem candidaturas, e não raramente, daqueles que buscam adentrar na nossa atividade político para fazer do seu cobiçado mandato um instrumento para potencializar seus interesses, suas negociatas.
Nada mais prejudicial à nossa democracia do que faltando apenas seis meses para as nossas próximas eleições alguém possa se filiar a um partido em busca de um mandato, inclusive o de presidente da República.