Em baixa.
A marca “Brasil” nunca esteve tão em baixa no contexto internacional quanto no presente.
Já fomos a 6ª economia do mundo e até chegamos a ameaçar o Reino Unido que ocupava a 5ª posição. Presentemente, nos encontramos na 12ª posição. A quem haveremos de responsabilizar pelos nossos constantes retrocessos?
Tudo caminhava para nos tornarmos o país do futuro, como previra o judeu-austríaco Stefan Zweig, que em fugindo do nazismo, radicalizou-se na cidade fluminense de Petrópolis no ano de 1940, quando o nazismo já havia invadido a França.
Em 1936, o referido escritor estivera no Brasil e havia visitado várias regiões do nosso país, inclusive o nordeste, e a seguir declarou que passaria a ser um “camelot do Brasil na Europa”.
Em 1941 a 2ª guerra mundial encontrava-se no auge, ainda assim Stefan Zweig conseguiu a proeza de lançar o livro “Brasil, País do Futuro” e em vários idiomas, entre eles: alemão, sueco, inglês, francês e duas versões em português. Sua obra foi um sucesso de vendagem, embora seus críticos não concordassem com todos os seus ufanismos porque o Brasil se encontrava regido por uma ditadura.
Com o fim da 2ª guerra mundial e da ditadura Vargas, por longos 30 anos o Brasil foi o país do ocidente que mais cresceu e o ufanismo do escritor Stefan Zweig ressurgiu, posto que, previsto por quem soube observar, sentir e viver num país que, de fato, detinha e continua detendo as maiores reservas de recursos naturais do mundo e ao mesmo tempo, de uma extensão territorial com dimensões continentais.
Só e somente só, aos nossos representantes políticos poderemos responsabilizar pelo retrocesso que passou a nos perseguir a partir dos anos 1980. Ainda a se lamentar: após a nossa redemocratização, ou seja, após o término do chamado movimento revolucionário de 1964 e o estabelecimento da nossa atual constituição, os nossos representantes políticos ao invés de pensar no futuro do nosso país dedicaram-se, em tempo integral e dedicação exclusiva, na busca pelo poder.
Fui testemunha, e de viva voz ouvi do constituinte Roberto Campos, repetidamente, a seguinte expressão: recursos naturais são se repartem e sim as riquezas que eles produzem. E ainda acrescia: o que está nos faltando é sabermos transformar os nossos recursos em riquezas.
Pior do que não termos sido capazes de transformar os nossos recursos em riquezas é assistirmos que a pouca riqueza que conseguimos produzir só atende aos interesses de uma minoria, e em detrimento da maioria de nossa população, no que tem feito do nosso país, socialmente, um dos mais desiguais do mundo. Daí a baixa da marca Brasil.
