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Palmeiras perde do Chelsea com gol na prorrogação e adia sonho do Mundial de Clubes

Por ESTADÃO CONTEÚDOS

Alemão Kai Havertz foi o herói do título do Chelsea ao marcar de pênalti no fim da prorrogação Foto: Sahib Salem/AFP

O Palmeiras teve tempo para se preparar, descansou, amadureceu, ganhou reforços,e contou com apoio maciço de seu torcedor nos Emirados Árabes Unidos. Era a maior chance de alcançar o topo do mundo. Mas o sonho foi adiado. Neste sábado, o time de Abel Ferreira mostrou valentia, mas perdeu para o Chelsea por 2 a 1 no estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dabi, e voltará ao Brasil sem a taça do Mundial de Clubes da Fifa.

O triunfo do Chelsea foi conquistado com drama, na prorrogação, depois que Lukaku havia aberto o placar em cabeceio no início do segundo tempo e Raphael Veiga empatado poucos minutos depois em pênalti cometido por Thiago Silva. No segundo tempo da prorrogação, foi Luan quem colocou a mão na bola dentro da área. No fim, o defensor foi expulso para completar a sua noite infeliz.

Um ano depois do Catar, o zagueiro voltou a falhar em um momento crucial. Havertz cobrou com categoria e deu ao time londrino o seu primeiro título mundial. Em maior número nas arquibancadas do estádio árabe, que recebeu pouco mais de 32 mil torcedores, os palmeirenses lamentaram o revés, mas aplaudiram os atletas ao fim da partida. Embora não deem tanta importância ao torneio, os londrinos festejaram.

Abel tem o time nas mãos e prova disso é a exibição do Palmeiras no primeiro tempo. Como quer seu treinador, o time teve postura segura. Armou-se em uma linha de seis e deixou a bola com o Chelsea a fim de sair em transições rápidas. A armadilha foi montada para o contra-ataque. Os ingleses deram espaços, e os brasileiros foram mais perigosos, mas não aproveitaram.

Foram duas chegadas na cara de Mendy. Dudu, na melhor delas, recebeu de Zé Rafael, mas perdeu a passada e chutou torto, pra fora. Depois, Zé Rafael invadiu a área, tinha espaço para arriscar, mas demorou e foi bloqueado pelo defensor ao tentar rolar para Rony.

Escalado com mudanças em relação à semifinal – Mendy no gol, Odoi na esquerd, Kante no meio e Mount no ataque – o Chelsea teve 71% de posse de bola na etapa inicial. Mas não dominou o Palmeiras, tanto que houve equilíbrio nas finalizações: 6 a 5. Thiago Silva, em arremate de longa distância, foi quem mais levou perigo a Weverton, que desviou com os dedos o chute do defensor brasileiro.

Foi um jogo estudado, nervoso, o que impediu que a qualidade técnica dos dois aparecesse. Nos minutos finais, Mount se lesionou e deu lugar a Pulisic.

O cenário mudou no segundo tempo. O jogo se abriu. Com outra postura, o Chelsea retornou melhor, mais agressivo, e chegou ao gol com seu craque, Lukaku. O belga recebeu cruzamento de Odoi pela esquerda, achou um espaço nas costas de Luan e cabeceou para as redes aos nove minutos.

O gol não calou os palmeirenses, maioria absoluta no estádio. Sob o grito de “vamos virar, porco”, o time de Abel contou com uma falha brasileira, de Thiago Silva, para empatar. O zagueiro colocou a mão na bola dentro da área. O juiz, inicialmente, nada marcou, mas reviu o lance no monitor do VAR e apontou a marca da cal.

Raphael Veiga manteve seu aproveitamento perfeito em penalidades com a camisa do Palmeiras e deslocou Mendy para marcar aos 21 minutos. São 16 tentativa e 16 acertos do meio-campista, que não erra uma cobrança há mais de três anos.

O Palmeiras aproveitou a empolgação após o gol e, empurrado pela torcida no estádio, que recebeu 32.175 torcedores, se soltou a fim de conseguir o triunfo no tempo normal. Mas não conseguiu mais achar brechas da defesa do rival e o jogo se encaminhou ao tempo extra.

A partida seguiu nervosa e emocional na prorrogação. O Chelsea continuou com a bola, arriscou mais e mandou uma bola no travessão em dividida de Piquerez e Pulisic. Àquela altura o Palmeiras já não tinha mais Veiga e Rony, substituídos. Dudu passou a ser o falso 9, mas, exausto, também saiu.

Rafael Navarro entrou em seu lugar. Na ponta estava Wesley e no meio, Atuesta. A equipe se manteve fiel ao plano desenhado pelo português, o que pressupõe ser obediente taticamente, defender-se com valentia, como havia dito Abel, e só arriscar nos momentos-chave.

Luan havia trabalhado calado e tinha reconquistado o prestígio com a torcida. Mas um ano após falhar no Catar, o defensor voltou a cometer um erro crucial. Tão qual Thiago Silva, colocou a mão na bola e bloqueou arremate do Chelsea dentro da área. Novamente com o auxílio do VAR, o australiano Chris Beath marcou a penalidade.

Havertz converteu com categoria para garantir o título dos ingleses e a tristeza dos palmeirenses, que voltam para o Brasil orgulhosos de seu desempenho, mas sem a taça. Terão de ouvir a provocação dos rivais por mais um longo tempo. No fim, Luan ainda fez falta violenta e levou o vermelho. Uma noite para o zagueiro esquecer. A viagem será longa.

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