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Dia da Mulher: movimento faz campanha para ajudar mãe que vende bolinhos de chuva em bicicleta no AC

Por RENATO MENEZES, PARA CONTILNET

Tainá faz bolinhos de chuva por encomenda e faz entrega em bairros próximos em cima de uma bicicleta. Foto: Arquivo pessoal.

Após repercussão da venda de bolinhos de chuva feitos pela microempreendedora Tainá Abílio de Menezes, de 34 anos, que não mediu esforços para driblar o desemprego e a fome, o site de vaquinha do movimento Razões Para Acreditar resolveu iniciar uma campanha de arrecadação para ajudar a montar um espaço físico para que ela possa trabalhar.

A campanha, que tem a meta de arrecadar R$60 mil, já alcançou 14% do objetivo, que foi de R$8.633,26 a partir da colaboração de 193 pessoas que se comoveram com a garra da acreana que, mesmo desempregada, buscou alternativas para obter alguma renda e evitar ver os filhos passando fome.

Tainá viralizou nas redes sociais no mês passado ao publicar que estaria vendendo bolinhos de chuva e ‘bodós’ – como é conhecido no Acre – para ter uma renda e poder alimentar os filhos que, por não ter o que comer, chegavam a comer farinha com açúcar. O ContilNet, inclusive, chegou a contar essa história.

ENTREGA

Além das vendas, a mulher também entrega as encomendas em cima de uma bicicleta acompanhadas da filha de 10 anos. Como este meio de transporte não a permite fazer entregas muito distantes do Distrito Industrial, local onde mora, Tainá falou que costuma deixar encomendas em bairros mais próximos tanto para evitar desgaste físico, como para não prejudicar a encomenda alheia.

“Eu trabalho sozinha e faço entrega com minha filha de 10 anos pois ela é especial, tem deficiência intelectual e chora muito, não gosta de ficar só quando eu saio, aí levo ela. As pessoas procuram muito (os bolinhos), porém não tenho como entregar para todos os bairros pois vou de bicicleta. Perco muitas vendas por causa disso, mas eu só tenho gratidão pela ajuda de todo mundo que me incentivam e me dão palavras de apoio, falam para eu não desistir”, relatou.

Como ela ainda está começando o empreendimento, é inevitável que em alguns dias, ela não tenha ingredientes para dar prosseguimento na feitura das iguarias. Contudo, ela afirma que consegue fazer, pelo menos, cinco ‘marmitas’ por dia. Cada encomenda vai com 12 bolinhos, saindo a R$7. Os recheados, por sua vez – que foi uma forma encontrada de inovar nos sabores para além do tradicional – o cliente paga R$10 para levar 14 unidades, e os tão conhecidos ‘bodós’ saem 12 por R$7.

Tainá postou o empreendimento nas redes sociais e logo obteve retorno positivo de encomendas e de elogios de internautas. Foto: Arquivo pessoal.

REPERCUSSÃO

Toda esta história chegou até o movimento Razões para Acreditar, que já chegou a mobilizar a sociedade em prol da compra da casa de um homem que vendia picolés nas ruas de Rio Branco. Na época, o vídeo, gravado pelo policial militar Derineudo de Souza – que hoje é um ativista do Razões –, viralizou nas redes sociais.

“Vamos ajudá-la a realizar seu sonho e ter sua doceria? Com a vaquinha, vamos comprar todos os materiais que precisa para abrir sua loja e também deixar um ano de aluguel pago para ela”, diz a página, que complementou que Tainá mora com o marido e os três filhos em uma casa de ocupação emprestada por familiares do esposo.

Vakinha na internet objetiva arrecadar fundos para que Tainá consiga montar seu ateliê de doces. Foto: Reprodução/Voaa.

 

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