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“Miss ninguém”: após quase 62 anos, investigadores conseguem identificar menina que foi encontrada morta em deserto, nos EUA

Por CRESCER

O caso de uma menina que foi encontrada morta no deserto intrigou as autoridades do Arizona (EUA) por mais de seis décadas. Isso porque, na época, os policiais não conseguiram identificar a garotinha e ela ficou conhecida como “Miss Ninguém”. No entanto, esse caso finalmente foi resolvido. Nesta terça-feira (15), investigadores do condado de Yavapai revelaram a identidade da pequena após um teste de DNA.

De acordo com informações da emissora Kold 13, “Miss Ninguém” foi identificada como Sharon Lee Gallegos, de 4 anos. Os oficiais de Yavapai disseram que ela foi sequestrada de Alamagordo, Novo México (EUA), em 21 de julho de 1960, e foi encontrada dez dias depois.

Sharon estava brincando do lado de fora da casa de sua avó quando foi sequestrada. Uma das pessoas que participou e falou durante coletiva de imprensa, para divulgação de informações sobre o caso, foi o sobrinho de Sharon, Ray Chavez. Ele nasceu cinco anos depois que a menina foi sequestrada e queria estar lá por sua mãe e avó, que faleceram sem saber o que aconteceu com Sharon.

A família foi informada sobre a identificação de Sharon na última sexta-feira (11). Ray disse que o irmão de Sharon ainda está vivo e mora fora do país. Eles irão coordenar uma chamada de vídeo para pensar e planejar o que querem fazer com um local de descanso final para a menina.

Menina é identificada 62 anos após a sua morte  (Foto: Reprodução ABC NEWS )
Menina é identificada 62 anos após a sua morte (Foto: Reprodução ABC NEWS/National Center for Missing & Exploited Children )

Os oficiais também disseram que não houve ferimentos óbvios no corpo da menina em decomposição e que o caso foi considerado homicídio. Na época, a comunidade de Prescott arrecadou dinheiro para fornecer um funeral para a criança não identificada. No entanto, em 2018, os restos mortais dela foram exumados para que amostras de DNA pudessem ser coletadas. No início deste ano, o escritório do xerife e uma empresa de DNA do Texas arrecadaram US$ 4 mil (cerca de R$ 20 mil) para financiar testes especializados e finalmente identificar a garota.

Túmulo da menina (Foto: Reprodução Azcentral)

Sobre “Miss Ninguém”

Em 1960, o corpo de uma menina foi encontrado no deserto do Arizona. A pequena usava uma blusa azul abotoada, short e, em seus pequenos pés, havia chinelos adultos que tinham sido cortados no tamanho certo. As unhas das mãos e dos pés dela estavam pintadas. Mas o nome, raça e até sua idade exata não puderam ser discernidos na época, informou o jornal local The Arizona Republic.

Ao longo dos anos, o mistério de quem era a menina e como ela morreu movimentou os investigadores. Houve momentos de avanços, porém, de fracassos também. Os restos mortais da menina foram encontrados em 31 de julho de 1960 por um professor de Las Vegas (EUA), que estava com a família. A vítima foi parcialmente enterrada em um leito de areia.

Após ser encontrado, o corpo — que estava em avançado estado de decomposição — foi analisado pelos legistas que não conseguiram especificar a morte da criança. Entre as informações que eles conseguiram decifrar na época foi que a menina tinha entre 3 e 6 anos quando morreu e pesava cerca de 24 quilos.

Os legistas concluíram que nenhum de seus ossos foi quebrado e o corpo da criança não revelou sinais óbvios de trauma antes de sua morte. Dias depois do enterro da menina, ainda não se tinha muitas informações sobre o caso. A identidade dela foi objeto de especulação em relação a vários outros casos de crianças desaparecidas. Mas a resposta nunca foi positiva.

“Dezesseis anos depois, ainda penso nela”, disse LH “Red” Johnson, que liderou a investigação antes de se tornar o chefe de polícia de Peoria, ao The Arizona Republic, em 1976. “Se eu estiver na área, colocarei flores em seu túmulo novamente”.

Então, em 2018, a “Pequena Miss Ninguém” recebeu um rosto. Os investigadores exumaram seus restos mortais e utilizaram novas tecnologias para traçar um perfil de DNA. E graças a essas tecnologias, finalmente, a menina pôde ser identificada, com nome e sobrenome.

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