Falando pela primeira vez sobre a morte da ex-namorada, o motorista Suetônio Pereira Ferreira, confessou que atirou em Regiane Fernandes Farias, de 39 anos, mas que não se lembra do que aconteceu naquela manhã de janeiro de 2020, quando a vítima chegava no trabalho, em Campo Grande.
Sentado no banco dos réus do Tribunal do Júri desta quarta-feira (23), Suetônio falou que ele e a vítima “se gostavam muito”, estavam com casamento marcado para ali três meses, que ele estava com depressão devido ao fim de outro relacionamento e que, quando “acordou”, estava “em uma marca, algemado, com um policial do lado”.
“Não tenho explicação para esse fato, não sei falar disso. Não me recordo dessa situação”, disse o acusado, após contar que havia comprado uma arma de fogo dias antes com a intenção de cometer suicídio.
“Não sei como sai da minha casa, se saí da minha casa, como cheguei até lá. Não tenho nenhuma lembrança desse fato, desse dia”. “Não tenho isso em momento nenhum da memória, não consigo, não sei”, falou no plenário do Tribunal do Júri.
O réu também declarou que no dia do crime, ele e Regiane ‘tinham dado um tempo’ devido a brigas, mas que costumavam se dar muito bem, e que era ela quem “comandava a relação”. “Mandava mensagens e depois bloqueava”.
Acusação
Suetônio responde por feminicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo a polícia, a vítima foi arrancada de dentro do carro dela pelo acusado. Eles discutiram e então Regiane foi baleada. Depois, ele tentou suicídio.
A mulher morreu horas depois na Santa Casa. Suetônio ficou sem audição no ouvido esquerdo.