27 de abril de 2024

Narciso: ‘Não será à base de ameaças e sanções que a paz voltará a reinar no leste europeu’

Sansões não bastam

Os diferentes grupos multilaterais de países não conseguem entregar nem mesmo o que pactuam. 

A ONU-Organização das Nações Unidas, composta por 193 países, a mais expressiva de todas, se dispusesse de efetivos poderes, seria o bastante para o estabelecimento da paz e as guerras tornarem-se assuntos apenas para os nossos historiadores. Mas não. Bem a propósito, sabe-se lá como irá terminar o maior conflito, e com alcance mundial, desde a segunda guerra mundial. Reporto-me, presentemente, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

A OEA-Organização dos Estados Americanos, composta por 35 países,  até então, não tem sido capaz de corresponder com as expectativas que a própria organização havia estabelecido. Além dela, ainda temos o G-7, o G-20 e em particular, os cinco países que compõem o chamando Conselho de Segurança da ONU: os EUA, a Rússia, a França, o Reino Unido e a China, todos, individualmente, com poder de veto. Portanto, só com a concordância de todos eles, as suas decisões poderão prevalecer. 

Em relação ao presente conflito, ou mais precisamente, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, como a própria faz parte do seu Conselho de Segurança, basta o seu próprio voto para vetar qualquer decisão do referido conselho. Os EUA invadiram o Iraque discordando do referido conselho. Pior ainda: o pretexto alegado revelou-se uma fraude. Reporto-me ao estoque de armas de destruição em massa em poder de Saddam Hussein. 

Em relação às sanções, por vezes instituídas contra determinados países, tenho sérias dúvidas sobre suas eficácias. Sou ante-comunista, mas sinto-me obrigado a dizer que as sanções impostas à Cuba, vigente há mais de 50 anos, não foram suficiente para mudar o regime da ilha caribenha. 

Em relação à guerra Rússia/Ucrânia, já em plena evolução, não serão as sanções que irá deter a Rússia, nem mesmo que os EUA, a União Européia, o Japão e várias outras potências mundiais revelem-se favorável a Ucrânia. Há que se levar em consideração que a Rússia detém um arsenal atômico capaz de destroçar o mundo e encontra-se em poder de um saudosista que só pensa numa coisa: no restabelecimento da Rússia como uma grande potência.   

Só e somente só, pela via diplomática, as trágicas conseqüências da guerra Rússia/Ucrânia serão evitadas. Que o pivô da presente crise tem nome e sobrenome, não resta à menor dúvida, seu nome: Wladimir Putin. 

Assim identificado, estamos a tratar de um ditador beligerante e que há 20 anos encontra-se no poder e que não perde a oportunidade para se revelar um saudosista da outrora URSS-União de Repúblicas Socialistas Soviética, da qual a própria Ucrânia pertencia.  

Não será à base de ameaças e nem de sanções que a paz voltará a reinar no leste europeu. Somente uma qualificada diplomacia para restabelecê-la. Para tanto, a participação da China se faz urgente e indispensável.     

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