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Novo vídeo mostra personal espancando sem-teto nu após flagrar traição

Por METRÓPOLES

Reprodução

Gravações feitas por câmeras de segurança mostram, em um novo ângulo, as agressões sofridas por um morador de rua, de 48 anos, na noite de quarta-feira (9/3), em Planaltina. Nas imagens é possível ver o homem sendo jogado contra o carro violentamente. Logo em seguida, a vítima é espancada com chutes e socos na cabeça.

Mesmo desmaiado, o homem segue sendo alvo de ataques furiosos do personal trainer Eduardo Alves, 31. O educador físico cometeu a agressão após flagrar a mulher fazendo sexo com o sem-teto. O caso foi revelado pela coluna Na Mira.

No vídeo não é possível ver qualquer reação do morador de rua, que fica deitado na calçada. A mulher chega a sair do carro sem roupa enquanto o personal segue falando ao celular e chutando a vítima. Confira:

Investigadores que atuam no caso encontraram vestígios de sangue no carro onde o casal manteve relações sexuais. A reportagem apurou que os exames continuam no automóvel e nos laboratórios, com o que já foi coletado. Os policiais também buscam detectar possíveis resquícios de sêmen. Os primeiros golpes desferidos pelo profissional de educação física ao homem em situação de rua ocorreram ainda dentro do veículo.

Após tratar das diversas lesões na face e no corpo, o sem-teto recebeu alta do Hospital Regional de Planaltina (HRP) no fim da manhã dessa quinta-feira (17/3). Ele ficou uma semana na unidade de saúde.

“Saiu de alta médica pouco antes do meio-dia. Foi para um acolhimento institucional, por meio da central de vagas”, informou a assistente social Andréa Pádua.

Assim, o morador de rua foi transferido para um abrigo da Secretaria de Desenvolvimento Social, fora de Planaltina. “Ele está em um abrigo do DF. Pediu para não ficar em Planaltina”, completou a profissional. Segundo os médicos, o homem não sofreu fraturas e está com o rosto menos inchado.

De acordo com Eduardo, a esposa estaria em surto psicótico e, assim, não teria havido relação extraconjungal consensual, mas um estupro. “Não se trata de uma traição e, sim, crime de violência”, alegou, em nota enviada ao Metrópoles, após a publicação da primeira reportagem.

Eduardo diz ter agredido o morador de rua justamente por ter certeza de que a esposa sofria violência sexual. Antes de retirar à força o sem-teto do veículo, o personal bateu com tanta força no automóvel que trincou o vidro do para-brisa.

Informalmente, em relato aos policiais que atenderam a ocorrência, a mulher – que, segundo o marido, está sob cuidados médicos na rede pública de saúde – disse que as relações sexuais foram consentidas. Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou a versão. Depois da confusão na rua, todos foram conduzidos à 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que investiga o caso em sigilo.

O homem em situação de rua costumava circular diariamente nas redondezas da escola CEF Paroquial e da rodoviária de Planaltina. Às vezes, ele também buscava apoio em um albergue para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Repercussão

O caso ganhou repercussão nacional desde a publicação da reportagem, em primeira mão, pelo Metrópoles. Em Planaltina, não se fala em outra coisa. Nas redes sociais, o assunto chegou a ficar entre os mais comentados no Twitter. No Instagram, centenas de perfis falsos com os nomes dos envolvidos foram criados, a maioria tratando a delicada situação em tom jocoso. Vale lembrar que o artigo 309 do Código Penal Brasileiro (CBP) pune com até 1 ano de prisão quem for flagrado criando perfis com informações pessoais de terceiros, sem consentimento.

Toda a ação foi gravada por câmeras de segurança do local. Veja:

Áudios

Em áudios obtidos pela reportagem, a mulher afirma a uma conhecida que toda a ação foi consentida. Em um primeiro momento, o morador de rua teria solicitado doações e pedia para ser curado. “Me deu vontade de dar um abraço nele”, disse.

Em seguida, o homem teria pedido para fazer carinho nos pés dela. “Eu senti uma coisa tão boa”, pontuou a mulher.

Ao longo do relato, ela explica que começou a ter visões de Deus. Já em outros momentos, a mulher narra a visão de que o morador de rua seria seu companheiro. Ainda em via pública, os dois teriam seguido na troca de carinhos, de acordo com a mulher. O resultado, como descrito no áudio, foi um beijo entre os dois na frente da sogra, situação que deixou a mãe do personal incrédula. “É o meu propósito, deixa eu receber o meu propósito”, teria dito a mulher à sogra.

Depois do beijo, o morador de rua entrou no veículo, em busca de um local mais reservado. “Fui procurando pela rodoviária um lugar escuro e vazio pra gente ficar junto. Eu senti a necessidade de deixar ele entrar no meu carro”, declarou ela na gravação.

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