Vender o carro, fazer empréstimos, viajar mais de 11 mil quilômetros. Até que ponto você agiria para ajudar outras pessoas? A amazonense Fernanda Paiva foi até a fronteira da Polônia com a Ucrânia para ajudar refugiados com doações.
Ela conta que chegou a vender o próprio carro e fazer empréstimos para viajar. Ela ficou cerca de 12 dias na Polônia para ajudar refugiados com alimentos, água, itens de higiene e medicação. Fernanda e o marido iam até a fronteira todos os dias para encontrar pessoas que precisaram de ajuda.
Fernanda conta que sempre trabalhou em projetos comunitários, tanto no interior do Amazonas, quanto em Florianópolis, cidade que reside atualmente com o marido.
A amazonense diz que quando soube da guerra entre Rússia e Ucrânia, sentiu o desejo de embarcar com o esposo para a Polônia, país que faz fronteira com a Ucrânia.
Durante o período em que esteve no país, Fernanda teve que tomar alguns cuidados específicos, como evitar sair no período da noite, usar celulares nos corredores voluntários e divulgar a localização do grupo em tempo real.
“Intimidação sempre tem, mas assim que nos identificamos como voluntários tudo ficou mais tranquilo.Eu pude ver que todo mundo tava se empenhando em ajudar e eram pessoas de várias nacionalidades com uma coisa em comum: todo mundo querendo ajudar”, falou.
Após a missão, Fernanda e o marido voltaram para Manaus na quinta-feira (31), mas prometeram continuar mobilizando pessoas por ajuda. “A gente agora veio para o Amazonas, mas vamos continuar nos movendo para ajudar o povo ucraniano”, promete.
A guerra
A invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciou na madrugada do dia 24 de fevereiro. A ação já causou mortes e destruição em um cenário de guerra. É o maior ataque militar de um país contra outro desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O conflito já dura 37 dias.
Rússia e a Ucrânia vivem uma antiga história de conflitos. Ao longo dos anos, a Ucrânia já sofreu inúmeras invasões. Apesar de se tornar independente, o país nunca resolveu por completo sua relação com a Rússia.
Depois de um cessar-fogo anunciado pela Rússia em Mariupol, a Cruz Vermelha está a caminho da cidade sitiada, a mais bombardeada na Ucrânia.
Além de levar ajuda humanitária ao local, a Cruz Vermelha também fará, ainda nesta sexta-feira (1), a retirada de moradores que até hoje não haviam conseguido deixar a cidade, cercada por tropas russas há mais de duas semanas.