Medici explica que a “falsa percepção” da palavra “anta” está relacionado a algo difundido ainda nos tempos do Brasil Colônia. “Quando os portugueses chegaram à costa do Brasil, conheceram a anta e pelo tamanho e porte do animal tentaram domesticá-la para o transporte de cargas. No entanto, como um animal selvagem, a espécie não se submeteu. Pelo fato de não conseguirem domesticá-la, passaram a relacioná-la a um animal de pouca inteligência, o que a ciência já mostrou que não é verdade”.
Curiosidades sobre o maior mamífero terrestre da América do Sul
A anta-brasileira é uma espécie de grande importância para o ecossistema brasileiro. O bicho é o maior mamífero terrestre da América do Sul e as fêmeas podem chegar até 300 quilos e 2 metros.
Os pratos principais das antas são os frutos. A alta ingestão desses alimentos é feita por um trato digestivo que otimiza a germinação. Pelos cientistas, como Medici explica, as antas são conhecidas como jardineira da floresta. “A anta é reconhecida pelos cientistas como jardineira da floresta, pela contribuição expressiva com o próprio ambiente em que vive. Ou seja, onde tem semente que passou pelo trato digestivo do animal, tem semente pronta para germinar!”, comemora a pesquisadora.
Além de serem as jardineiras, as antas são chamadas de sentinelas. A partir de pesquisas, como a coleta de sangue dos animais, cientistas conseguem entender, identificar e alertar inúmeros riscos ao meio ambiente.
Veja outras curiosidades da espécie abaixo:
- No mundo, há quatro espécies de anta: anta-brasileira, anta-da-montanha (que vive nos Andes), a anta-centro-americana (encontrada na América Central) e a anta-asiática (Indonésia, Malásia, Mianmar e Tailândia);
- No Brasil, boa parte da espécie vive no Pantanal e no norte da Amazônia;
- Em boa parte do Pantanal e no norte da Amazônia a espécie está em uma melhor situação;
- No Cerrado, as antas lidam com muitas rodovias e colisões constantes, caça ilegal e um risco elevado de contaminação por agrotóxicos, em função da expansão da agropecuária em larga escala;
- As antas possuem baixo potencial reprodutivo;
- A gestação de um novo filhote pode durar 13 a 14 meses e em intervalos entre nascimentos de até três anos;
- A anta que é herbívora/vegetariana ingere entre oito e nove quilos de alimente por dia, incluindo folhas, ramos, brotos, caules, cascas de árvores, plantas aquáticas, além de frutos que correspondem a mais de 50% da dieta;
- A anta vive em áreas de em média 800 hectares e percorre entre 3 e 9 km/dia, levando sementes de uma área para outra.