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Como conseguir diminuir sua dívida, sem pagar mais por isso

Por RUAMA DEMIR

Imagine você ter o valor total da sua dívida diminuído sem gastar mais nada com isso. Ou ainda, a possibilidade de conseguir recuperar um valor que talvez tenha sido incluído no seu contrato de financiamento sem que tivesse consciência disso. Pois é, no artigo de hoje nós vamos falar sobre isso, vem tomar essa dose comigo.

Provavelmente, o termo portabilidade é popular para você, especialmente quando trata-se de telefonia. Mudar seu plano de celular de uma operadora para outra através de uma simples ligação. Então, da mesma forma, é possível negociar a transferência de dívidas oriundas de linhas de crédito, isso mesmo, de uma para outra instituição financeira, seja ela um empréstimo consignado ou particular (CDC), financiamento de terreno, veículo ou imóvel, consórcio ou renegociação de cartão de crédito e cheque especial, por exemplo.

De posse das informações do seu contrato, você pode procurar outras instituições financeiras e propor a portabilidade da sua dívida. A vantagem de fazer a portabilidade é diminuir o valor mensal e consequentemente o valor total do seu débito com credores, de modo que o prazo não será alterado nessa negociação. Significa dizer que, se fulano tem por exemplo dois empréstimos consignados, nas condições atuais, com uma parcela mensal de R$ 2.478,15 em 77 meses e outro de R$ 807,06 em 78 meses, os prazos vão continuar inalterados, mas espera-se que o valor da parcela seja menor. Na verdade, esse exemplo é de um caso real de um dos nossos mentorados que chegou a consultar ao menos três instituições financeiras distintas, entre cooperativas de crédito e bancos (não custa nada pesquisar, quanto mais propostas, melhor para você, mãos à obra).

Em uma delas eles haviam suspendido a adesão de portabilidade, na segunda, a proposta não foi vantajosa, porque naquele momento o valor a ser descontado na parcela não cobriria o valor da manutenção de conta na nova instituição (trocar seis por meia dúzia). Contudo, na terceira ele conseguiu a proposta abaixo de diminuir o valor de ambas as parcelas em R$ 187,75/mês, o que até o final do período daria uma economia de R$ 14.541,09 (que neste caso, não vez tanta diferença). Vamos ver na tabela abaixo como ficou.

VALOR DA PARCELA MENSAL  

ATUAL (a)

PORTABILIDADE (b)

DIFERENÇA (b) – (a)

R$ 807,06 R$ 722,72 -R$ 84,34
R$ 2.478,15 R$ 2.374,74 -R$ 103,41

TOTAL DA DIFERENÇA

-R$ 187,75

Como tem a diferença de um mês de um contrato para outro não basta multiplicar 77 x 187,75 = R$ 14.456,75 porque tem um parcela a mais com um desconto de R$ 84,34 que somam o total de R$ 14.541,09.

Ok! Agora talvez você esteja se perguntando porque outras empresas teriam interesse em comprar sua dívida por um valor “mais barato”. Ora, porque ainda assim você continuará pagando juros, a diferença é que serão um pouco menores.

E quanto àquilo que mencionei no início sobre poder recuperar algum valor. Há casos que a instituição financeira te empurrou um seguro prestamista, especialmente em empréstimos CDC, Consignado, Cartão Consignado e financiamento de veículos. Você pode solicitar o cancelamento desse seguro que serve para pagar algumas parcelas da sua dívida em caso de desemprego involuntário e incapacidade física total ou temporária. Além disso, esse tipo de seguro cobre ainda, outros dois imprevistos, que são a invalidez permanente por acidente e a morte do segurado. Você não é obrigado a ter esse seguro, eles forçam meio que uma venda casada. Se não faz sentido para você, assim como para mim não faz, peça o cancelamento imediatamente. Se o valor dele esta sendo financiado, haverá o desconto dele na sua parcela e caso tenha pago ele à vista quando da assinatura do contrato pode receber a restituição do valor parcial. Em alguns casos até total, mas aí vai requerer um pouco mais de burocracia. Não se espante se a instituição colocar dificuldades ou ainda dizer que você não pode cancelar (claro, se é que havia um incluso), e procure os seus direitos, se for necessário faça uma reclamação formal no site da Ouvidoria do Banco Central e no Procon da sua cidade.

Espero que este conteúdo tenha te ajudado, mas se este não era o seu caso com certeza deve ter alguém próximo a você passando por isso e talvez não saiba dessas informações. Então, aproveita e manda para ele(a). E esteja conosco também do Dose Financeira nos nossos outros canais. Até a próxima dose!

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