O placar de 2 a 0 costumeiramente indica uma vitória convincente. O Flamengo, porém, passou longe disso em sua estreia na Libertadores 2022, contra o Sporting Cristal, em Lima. Abusou dos erros técnicos, não acelerou o jogo em nenhum momento e nem envolveu o sétimo colocado do Campeonato Peruano.
Pouco agressivo, nada criativo e em ritmo sonolento, o Flamengo que travou um duelo equilibrado com o Cristal na etapa final mais preocupa do que dá esperanças pensando na sequência da temporada.
O time de Paulo Sousa nitidamente não evoluiu depois de duas atuações muito ruins contra o Fluminense e vitórias nada animadoras sobre o Vasco.
Peças diferentes, linha de três mantida
Apesar de a escalação inicial sugerir uma mudança de sistema, Paulo Sousa manteve a linha com três zagueiros: Gustavo Henrique pela direita, David Luiz por dentro e Filipe Luís na esquerda. Arão e Maia como volantes, e a última linha antes de Gabigol com Bruno Henrique e Andreas pela esquerda, e Matheuzinho e Everton Ribeiro pela direita.
Diante de um adversário muito limitado, o Flamengo foi discretíssimo na etapa inicial. Abriu o placar após dois erros de saída de bola do Sporting Cristal, Arão foi esperto e tocou de primeira. Matheuzinho cruzou na medida, e Bruno Henrique marcou aos 21 minutos.
Depois disso, os rubro-negros não criaram praticamente mais nada. Foram apenas quatro finalizações e pouquíssima penetração.
A etapa foi marcada por muitos erros técnicos do meio-campo, e Thiago Maia, que não jogava desde 12 de março, não correspondeu. Justiça seja feita com Thiago. Não só ele foi mal, poucos jogaram bem contra o sétimo colocado do Peruano. É bom repetir como está posicionado o adversário rubro-negro dentro de seu respectivo campeonato nacional.
Segundo tempo ainda pior
O Flamengo conseguiu voltar ainda pior para o segundo tempo. O repertório de jogadas continuou reduzidíssimo, e o time se encolheu.
A presença ofensiva rubro-negra foi praticamente nula, e as finalizações vieram em tomadas de decisões erradas. Em uma, Andreas chutou fraquinho. Em outra, Gabigol tinha a opção de Ribeiro livre, mas preferiu o chute em cima da defesa.
Não bastasse a falta de criação, o Flamengo, diferentemente do acontecido na etapa inicial, ainda foi ameaçado. Hugo fez grande intervenção em chute de Ávila após corte errado de Gustavo Henrique.
Peças foram mexidas ao longo da etapa, mas o Flamengo mudou para pior. Chutões para frente, pouquíssimas triangulações e erros aos montes.
O gol aos 41 minutos da etapa final, marcado por Matheuzinho após grande passe de Lázaro, serviu somente para mudar o placar do jogo, mas insuficiente para apontar qualquer tipo de crescimento.
Perguntado sobre a falta de inspiração, Paulo Sousa foi bem direto e admitiu que o Flamengo priorizou o resultado.