No Brasil e em vários lugares do mundo, as pessoas têm o costume de lavar o frango cru em água corrente antes de cozinhá-lo. Por mais inofensiva que esta prática pareça ser, ela pode contribuir para contaminação da comida, dos utensílios e das superfícies da cozinha, como a pia.
A carne crua do frango pode conter duas bactérias: a salmonela, que é conhecida por causar diarreia, e a campylobacter, que é responsável por problemas mais graves — até o desenvolvimento de doenças autoimunes. O cozimento do frango é suficiente para eliminar estes dois micro-organismos da carne e evitar a contaminação pela ingestão.
No entanto, lavar o frango em água corrente pode espalhar as bactérias por uma região maior, com respingos alcançando áreas limpas da cozinha, atingindo utensílios usados na preparação dos pratos, além de contaminar sua pia.
Em estudo recente, publicado no Journal of Food Protection, pesquisadores recrutaram 300 cozinheiros para prepararem uma salada com frango. Os cientistas observaram que as saladas daqueles que tinham lavado o frango continham o dobro de contaminação do que aqueles que não lavaram a carne.
Os pesquisadores sugerem suas explicações para tal fenômeno. A primeira é de que os respingos contaminados atingiram as superfícies e utensílios que entraram em contato com as folhas da salada antes de serem lavados. A segunda hipótese é de que os cozinheiros não higienizaram adequadamente as mãos após lavarem os frangos crus e, consequentemente, contaminaram a salada.
Os autores do estudo destacam que, além de não lavar o frango antes de seu preparo, as pessoas devem higienizar corretamente as mãos e as superfícies com as quais o frango teve contato. Os pesquisadores indicam usar água quente sobre a pia e os utensílios. Para as mãos, a indicação é sabão.
Utensílios que não serão usados no preparo do alimento — assim como a louça que estiver secando — devem ser retirados do ambiente onde o frango é manipulado.