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Pela 1ª vez no Pantanal, fotógrafo faz registros raros de onça predando capivara; veja vídeo

Por G1

Ao todo, 190 onças-pintadas já foram catalogadas pela ONG, Onçafari — Foto: Eduardo Fragoso

Era 0h quando o fotógrafo e estudante de biologia João Pedro Salgado desembarcava no aeroporto internacional de Campo Grande rumo ao que ele não sabia que seria a experiência mais marcante da vida dele. Pela primeira vez no Pantanal e nos primeiros minutos do passeio para ver o maior felino das Américas, o jovem flagrou uma onça-pintada predando uma capivara. Veja o vídeo acima com a sequência de fotos.

CLIQUE AQUI pra ver o vídeo.

Do aeroporto de Campo Grande até à Estância Caiman, onde foram feitas as fotos, são 300 km. Por volta das 5h40, deste sábado (9), João Pedro já estava no carro junto dos guias do Onçafari – espécie de safari pantaneiro que leva turista para ver onças-pintadas -, quando partiram rumo ao passeio, que fica no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

“Cheguei e logo de cara vimos a primeira onça, era 6h. Chegamos, a onça estava em pé na água, ela começou a demonstrar posição de ataque. Outras pessoas tinham falado que tinha uma capivara, logo imaginei que ela poderia a capturar um animal. Fazer esse registro é muito raro, registro de onça já é difícil, mas fazer o registro dela capturando é mais raro ainda”, detalhou em euforia o futuro biólogo.

João é fotógrafo de natureza desde antes de iniciar a graduação em Biologia. O jovem, de 22 anos, relembrou de forma vívida do ataque da onça. “Em segundos a onça pulou na água, assim que a capivara viu, mergulhou, a onça mergulhou atrás e saiu da água com a capivara na boca. Em questão de 10 segundos e eu clicando na máquina”.

Naquele momento, o nervosismo e a adrenalina foram tantos que no carro, todos em silêncio, só escutava os barulhos dos cliques das câmeras fotográficas. “Eu fiquei muito nervoso! Na hora, a adrenalina foi tão grande, que não pensei muita coisa. Foi um silêncio enorme”.

Em conversa com o g1, João Pedro comentou que além de ter sido a primeira vez a pisar em solo pantaneiro, foi a primeira vez que viu uma onça-pintada. “Era um sonho desde pequeno vir ao Pantanal. Ver a onça predando a capivara superou qualquer expectativa. Momento incrível na minha vida. Só tinha visto onça e cena deste tipo em documentários”. 

A visita ao Pantanal marcou a vida do futuro biólogo. João relembra das queimadas que afetaram o Pantanal em 2020 e disse que ver a natureza da maneira como ela é, foi mágico.

“A visita ao Pantanal marcou a minha vida. Depois de tudo que aconteceu nos últimos anos com as queimadas, agora, pude viver a exuberância do Pantanal. Isso tudo traz esperança e mais força para continuar. Esta experiência foi única, marcou a minha vida de uma forma extremamente positiva”, finalizou.

O que é o Onçafari?

Onçafari é uma Organização Não Governamental (ONG), que atua basicamente em seis frentes de trabalho: Ecoturismo, Ciência, Reintrodução, Social, Educação e Florestas. A experiência que João Pedro vivenciou faz parte da frente de Ecoturismo da instituição.

Uma das principais ações do Onçafari é habituar animais, como a onça-pintada e o lobo-guará, à presença de veículos. “À medida que os animais se acostumam com a presença dos carros de safári, deixam de encará-los como uma ameaça e ficam mais à vontade, o que facilita o desenvolvimento do ecoturismo na região”, detalharam em uma carta de apresentação no site da ONG.

Para a ONG, os encontros com os animais silvestres fazem com que a pessoas aprendam mais sobre as espécies, assim, envolvendo-se no processo de conservação da fauna pantaneira.

“Parte do trabalho de conscientização engloba palestras sobre essas espécies e outros animais que convivem no mesmo bioma. São aulas ministradas em escolas e universidades brasileiras e estrangeiras, assim como para os hóspedes que visitam o Onçafari”, expressam.

Fazer com que os animais não se sintam ameaçados pelos visitantes, faz parte da prática de habituação, utilizada pela ONG. “A habituação é uma técnica importada da África do Sul, utilizada há décadas no ecoturismo da região. Trata-se de uma interação neutra entre ser humano e animal, na qual a aproximação não gera nem malefícios nem benefícios”, explica a instituição.

” ‘Habituar animais’ não significa domesticá-los, e sim mantê-los totalmente selvagens e livres, mas sem que se sintam ameaçados pela presença de veículos”, deixam frisado na apresentação do atrativo turístico.

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