Suspeito de exigir propina e desviar drogas, delegado é afastado do cargo por ordem judicial

O delegado Patrick Linhares da Costa, que comandava a 2ª delegacia da Polícia Civil, em Ponta Porã (MS) – região de fronteira com o Paraguai -, foi afastado do cargo por ordem judicial. O titular é suspeito de desviar droga que era apreendida e exigir propinas de presos. O afastamento ocorreu, nesta terça-feira (26), e foi assinado pelo corregedor-geral Márcio Rogério Faria Custódio.

Patrick é investigado pela operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeada nesta segunda-feira (25) que apreendeu R$ 94 mil, entre notas de real e dólar, na casa de três policiais, incluindo do então delegado.

O grupo preso, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) é suspeito de concussão, peculato, tráfico de drogas.

O delegado afastado está com nomeação agendada para esta semana para o cargo de juiz substituto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), depois de passar por processo seletivo para a instituição. Ainda não há informação se a posse vai ser mantida pelo Judiciário.

Até o fechamento desta matéria, a defesa do delegado não foi encontrada.

Afastamento do delegado

Junto com o afastamento, foi definida a proibição de portar arma de fogo, funcional ou particular. Para garantir isso, a publicação feita em diário reforçou o recolhimento das armas, carteira funcional e demais pertences público entregues a Patrick. Todas as senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial foram suspensas, assim como férias e avaliação para fins de promoção.

Patrick e outros quatro policiais da 2° Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã são apontados como os responsáveis por implantarem um esquema de corrupção na unidade.

Os crimes praticados pelos policiais foram descobertos após vítimas de roubo serem forçadas a pagarem para retirar um caminhão trator recuperado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) do pátio da delegacia. Inicialmente, o grupo pediu R$ 20 mil para devolver o veículo, sem ter como entregar todo o valor, o casal repassou o que tinha em conta, cerca de R$ 5 mil.

Operação

Gaeco apreendeu grande quantidade em dinheiro em espécie. — Foto: Goeco/Reprodução

Gaeco apreendeu grande quantidade em dinheiro em espécie. — Foto: Goeco/Reprodução

Policiais civis são alvos de operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nesta segunda-feira (25), em Ponta Porã, na região de fronteira com o Paraguai. De acordo com o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MP-MS), o grupo é suspeito de concussão, peculato, tráfico de drogas.

Conforme o MP-MS, o objetivo da operação Codicia é cumprir oito mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, um de medidas cautelares alternativas à prisão e 16 de busca e apreensão.

Em pelo menos um local onde policiais e servidores do MP estiveram, já foram aprendidas armas e grande quantia de dinheiro em cédulas.

Exigência de propinas

Os quatro policiais civis presos por corrupção em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nessa segunda-feira (25), em Ponta Porã, pediram R$ 20 mil para liberar um caminhão às vítimas e depois, compraram carnes e cervejas.

Foi a partir deste caso que o grupo começou a ser investigado, sendo verificado também envolvimento deles com tráfico de drogas. Na ação deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MP-MS), mais de R$ 100 mil foram apreendidos.

Os servidores estaduais passaram por audiência de custódia em Campo Grande, nesta terça-feira (26), onde foi avaliada a legalidade das prisões, mantendo-as. Como eles foram presos por pedido, o juiz só avaliou a regularidade da prisão, manteve e determinou a remessa para o juízo competente

Em nota, a Polícia Civil disse que “está acompanhando a operação por intermédio da Corregedoria, que se fez presente durante a operação”.

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