A viúva de Genivaldo de Jesus Santos, morto nessa quarta-feira (25/5) em Umbaúba (SE) em abordagem violenta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi avisada que os agentes estavam “massacrando” o seu marido.
“Eu estava em casa, aí um conhecido meu me ligou e falou: ‘Vem aqui rápido no posto de reforço porque estão massacrando seu marido’. Eu entrei em choque, saí correndo, peguei um mototáxi e, chegando lá, ele [Genivaldo] já estava de bruços dentro do carro”, contou a mulher, ao Portal Fan F1, segundo registro do jornal Extra.
Ela conta ter ouvido dos policiais que Genivaldo estaria “melhor do que nós” dentro do porta-malas da viatura.
“Não ouvi mais a fala dele; Eles [policiais] trancaram ele. Pedi para que abrissem [o porta-malas] para entrar ventilação. O ar estava muito ‘coisado’ de pimenta. Eu passei até mal, porque eu cheguei bem juntinho dele [Genivaldo]. O policial falou: ‘Ele tá melhor do que nós, aí dentro está ventilado’”, prosseguiu a viúva.
O homem não resistiu depois de ser trancado por cerca de dois minutos policiais dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas de uma viatura, na BR-101, em Umbaúba, Sergipe. Ele morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda, segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML). A ação foi registrada em vídeo.
Investigação
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso.
“Diligências acerca do caso já foram iniciadas, e a PF [Polícia Federal] trabalha para esclarecer o ocorrido o mais breve possível”, frisou a corporação, em nota à imprensa.
O Ministério Público Federal (MPF) informou hoje ter aberto um procedimento para acompanhar as investigações.
A Polícia Civil de Sergipe (PCSE) colheu depoimentos de familiares e testemunhas. Os agentes da PRF que participaram da abordagem, contudo, não foram ouvidos pela corporação.
O Metrópoles apurou que ao menos três servidores estavam no local durante a ação.
“Também foi providenciado pela Polícia Civil um relatório do local da ocorrência. Todas as informações colhidas foram remetidas para a Polícia Federal na manhã desta quinta-feira”, ressaltou a PCSE.
Outro lado
Em nota, a PRF anunciou a instauração de procedimento para apurar a conduta dos agentes envolvidos.
“Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. No entanto, durante o deslocamento, passou mal, foi socorrido e levado para o Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido, e o óbito, constatado”, detalhou a corporação.