Um promotor que investigava o crime organizado no Paraguai foi assassinado nesta terça-feira (10) na Colômbia, onde passava a lua de mel.
A informação foi confirmada pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que condenou o crime em postagem no Twitter.
“O assassinato covarde do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa toda a nação paraguaia de luto. Nós condenamos este trágico acontecimento com a maior veemência e redobramos nosso compromisso de lutar contra o crime organizado”, escreveu.
A principal suspeita das autoridades é que o crime tivesse sido cometido por causa de uma disputa interna em uma quadrilha brasileira de traficantes de drogas.
O narcotráfico na fronteira entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, é controlado por pessoas ligadas ao PCC.
Mulher grávida
Pecci morreu na ilha de Barú, localizada a cerca de 40 minutos de barco da cidade de Cartagena das Índias.
Fontes da embaixada do Paraguai na Colômbia disseram à agência EFE que foram informadas sobre o acontecimento que ainda está sob investigação e que mantêm contato com a Polícia Nacional da Colômbia, que está realizando as investigações.
O diretor da Polícia Nacional da Colômbia, general Jorge Luis Vargas, disse à imprensa que as autoridades estão tomando atitudes urgentes e confidenciais que, segundo afirmou, “ajudarão a identificar os responsáveis por este lamentável acontecimento”.
A Polícia paraguaia também enviou uma delegação à Colômbia que se juntará à investigação.
Pecci, de 45 anos, era procurador especializado contra o Crime Organizado, Narcotráfico, Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo.
A imprensa local também informou que o promotor fazia parte de uma operação chamada “Ultranza”, contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro — Foto: Divulgação/MINISTERIO PÚBLICO DO PARAGUAI/via BBC
Ele havia recém se casado com a jornalista paraguaia Claudia Aguilera em 30 de abril e estava em lua de mel com ela.
Aguilera disse à imprensa paraguaia que eles foram abordados por dois homens que chegaram em um barco à praia do hotel onde estavam hospedados e que atiraram em seu marido. Ele disse que não recebeu ameaças de morte.
Na manhã de terça-feira, o casal havia anunciado no Instagram que estava esperando um filho.
A imprensa local também informou que o funcionário fazia parte de uma operação chamada “Ultranza”, contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, e estava envolvido na investigação de um ataque ocorrido em janeiro durante um show no Paraguai.
Ele participou na investigação do assassinato da filha de um governador regional e no caso do ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho, que foi preso ao tentar entrar no Paraguai com passaporte falso em 2020.
O presidente Mario Abdo Benítez informou que se comunicou com seu colega colombiano, Iván Duque, bem como com o governo dos EUA, e que eles ofereceram apoio para investigar o ocorrido.