15 pessoas foram mortas em RO por causa de conflitos no campo em três anos, aponta relatório

Um relatório preliminar do Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT), divulgado nesta sexta-feira (17), revela que 15 pessoas foram assassinadas em Rondônia por causa de conflitos no campo nos últimos três anos.

Os números da CPT apontam que no ano passado, inclusive, Rondônia foi o estado com maior número de pessoas assassinadas em consequência de conflitos no campo: foram 11 homicídios.

Já neste ano, de acordo com dados apurados até 9 de maio, três pessoas foram mortas no estado em decorrência de algum conflito por terra.

Um desses assassinatos em 2022 foi registrado no município de Machadinho D’Oeste e os outros dois no distrito de Nova Mutum, em Porto Velho.

Os conflitos no campo em Rondônia são uma grande preocupação para a CPT, que diz estar registrando número crescente de mortes no campo em decorrência de falhas do poder público.

No início de junho, o Jornal de Rondônia 2ª Edição exibiu uma série de reportagens mostrando que muitas famílias sofrem violência no campo.

Durante a produção da reportagem, o jornalista Fábio Diniz descobriu uma área regularizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde famílias dizem sofrer as consequências da luta por terras em Rondônia.

A reportagem da Rede Amazônica em Rondônia também entrou pela primeira vez em uma área de conflito entre os municípios de Campo Novo de Rondônia e Governador Jorge Teixeira.

Testemunhas afirmam que nessa região ocorreram invasões por parte de “guachebas” [capatazes] que teriam metralhado carros e espancado pessoas na calada da noite.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o relatório da CPT é um grande parâmetro para ajudar nas apurações dos conflitos agrários e a luta violenta por terras só deve diminuir com políticas públicas efetivas.

Massacre em 2021

 

De acordo com o relatório da Comissão Pastoral da Terra, a maioria dos conflitos no campo em Rondônia está concentrada na capital Porto Velho. A região do distrito de Nova Mutum é uma das mais violentas.

Foi nessa região que, no ano passado, uma operação policial terminou com a morte de três trabalhadores sem-terra. À época, outras cinco pessoas ficaram desaparecidas.

A CPT considera como massacre toda ocorrência de violência em que três ou mais pessoas são assassinadas.

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