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Em fase avançada de negociações, coligações para disputa majoritária no Acre estão quase fechadas

Por THIAGO CABRAL, PARA CONTILNET

As vagas são para as várias secretatias e órgãos do Governo, conforme necessidade/Foto: Agência de Notícias do Acre

Coligações

As coligações para as chapas de Governo e Senado no Acre ainda estão em construção, mas pouca coisa deve mudar daqui até o dia das eleições. Gladson (PP) continua com a maior base de partidos, enquanto os outros pré-candidatos tentam juntar aliados.

Puro sangue

Até o momento, nenhum partido sinalizou uma aliança com o MDB. O partido enfrenta dificuldades para atrair outras legendas para uma coligação porque quer montar uma chapa puro sangue, com pré-candidatas ao Governo e Senado, Mara Rocha e Jéssica Sales respectivamente. Se nenhuma delas desistir da disputa majoritária, o MDB estará fadado a caminhar sozinho.

Petecão

O senador Sérgio Petecão (PSD), que até pouco tempo só tinha o seu próprio partido, o PSD, e o Avante, conseguiu mais dois partidos para a sua coligação: PROS e PTB. A entrada do PROS se deu após a ida da deputada federal Vanda Milani para o palanque de Petecão, sendo a pré-candidata ao Senado na sua chapa. Já o PTB desembarcou no palanque do senador após o esvaziamento da sigla no Acre, quando todos os pré-candidatos trabalhistas migraram para o PL. Vale lembrar que o PTB era da base de Gladson.

Psol

O Psol, que tem o professor Nilson Euclides como postulante ao Governo e o advogado Sanderson Moura como pré-candidato ao Senado, tem como parceiro para o pleito a Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva. A aliança entre os partidos não chega a ser uma coligação, porque as legendas estão unidas em uma federação partidária e funcinam como um só organismo.

FPA

Já na chapa que deve ter como candidatos majoritários Jorge Viana (PT) e Jenilson Leite (PSB), a aliança deve contar com PT, PCdoB, PV (esses, ligados por conta de uma federação partidária) e PSB. É uma releitura da antiga FPA, só que evidentemente bem menor do que nos tempos áureos do bloco. Nacionalmente, esses partidos já estão juntos na base de apoio ao ex-presidente Lula, e soma-se a eles o Solidariedade, Psol e Rede. O que dificulta que essa aliança seja reproduzida no Acre é que a federação Psol/Rede já tem chapa majoritária montada aqui no estado, enquanto o Solidariedade no Acre é da base de Gladson, pois é presidido por um de seus apoiadores mais fieis, o ex-deputado Moisés Diniz.

Gladson

A base de partidos que deve compor a coligação de apoio à reeleição do governador Gladson Cameli (Progressistas) é a maior de todas até aqui. Cameli tem, além de seu próprio partido, o União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, PDT, PL, Republicanos e o Podemos (esse, aliás, merece uma nota a parte).

Adendo

É necessário abrir um adendo quando se fala sobre a base de partidos que podem fazer parte da coligação de Gladson. É que o senador licenciado Marcio Bittar (UB), um dos maiores articuladores políticos do Acre, tem sob sua tutela direta ao menos três partidos: UB, presidido por ele, PL, que está sob o comando de Marcia Bittar, e o Republicanos, presidido pelo seu filho, João Paulo Bittar. Além de ter forte influência sobre outros partidos da base. Um rompimento entre Gladson e Bittar pode significar uma debandada de grande parte das siglas da base governista.

Podemos

O Podemos é um caso curioso no tabuleiro das coligações. É da base de Gladson, mas seus deputados atuam em diversas situações com independência. Presidido no Acre pelo ex-petista Ney Amorim, o partido nunca deixou formalmente a base, mesmo tendo discutido lançar uma candidatura própria para o Governo, sendo o próprio Ney esse nome – hoje, essa discussão esta quase morta. Além disso, é constantemente cogitado para participar de alianças em chapas da oposição. Também pudera, o partido já foi o maior da Aleac (hoje o título é do PDT), e ainda hoje continua com uma bancada de respeito, 3 deputados. Por tudo isso, é uma incógnita prever onde a sigla vai ancorar seu barco.

Solos

Além das chapas mais estruturadas, há ainda as dos ditos partidos ‘nanicos’, sem tanta tradição e sem uma boa fatia do fundo eleitoral e partidário, como o caso do Agir, do PRTB e do PSC, que devem alçar voos solos, sem coligações. O Agir apresentou o nome do professor David Hall para o Governo, o PRTB do pecuarista Jorge Moura e o PSC o do comunicador Antônio Klemer.

Vaquinha

O pré-candidato a deputado estadual pelo PT, Cesário Beaga, iniciou hoje sua campanha de arrecadação financeira, a famosa ‘vaquinha’. “Nessa caminhada brigamos contra os poderosos do Acre, mas com sua ajuda nossas ideias e propostas podem chegar mais longe! Sua contribuição ajudará a financiar nossa campanha militante”, argumentou Cesário. Para doar, basta acessar o site www.doecesario.com.br

Narrativa

Com a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro (além de outros escândalos de menor gravidade) desce pelo ralo a narrativa anticorrupção do presidente Bolsonaro (PL). O tema, por certo, estaria pronto para ser explorado massivamente na campanha contra Lula e o PT, que ficaram marcados por escândalos como o ‘Mensalão’ e o ‘Petrolão’. Agora resta engavetar.

Tolerância

O eleitorado brasileiro sempre teve certa tolerância com a corrupção, em qualquer governo, de qualquer partido. É a velha máxima do ‘rouba mas faz’. No entanto, essa tolerância fica menor quando uma autoridade ligada a um mandatário é presa em momento de crise econômica, como é o caso agora. O episódio pode turbinar o desgaste do presidente, que já vê sua popularidade ser afetada pelo alto preço dos combustíveis e pela inflação.

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