Na nova série documental ‘Menudo: Forever Young’, são enumerados diversos casos de abuso contra os integrantes de uma das boy bands mais famosos do mundo, mas a mais sensível e gráfica certamente é a que relata Angelo Garcia, integrante entre 1988 e 1990, quando o grupo era um quinteto e contava com Ricky Martin como um dos mais experientes.
“Tudo o que me lembro é que eu, tipo, desmaiei. Quando acordei, estava nu e sangrando, então sabia que havia sido penetrado. Eu tinha, tipo, essas marcas de queimadura do tapete no rosto… Fiquei muito confuso e não entendi”, esmiuça Garcia, em um dos quatro episódios do doc, deixando claro também que aquela ocorrência em quarto de hotel, após receber álcool de um homem cuja identidade é mantida em segredo, não foi a única vez em que foi vítima de agressão sexual.
“Durante meu tempo em Menudo, fui estuprado várias vezes, e era assim que os predadores sexuais se aproveitavam de mim.”
‘Menudo: Forever Young’ trata de outros segredos ocultos do conjunto, incluindo bullying, escândalos com drogas e condições exploratórias de trabalho das quais os 32 rapazes que integraram a “marca” foram vítimas.
Muito por conta disso o mentor do grupo, Edgardo Diaz, descrito como “empresário, produtor e substituto de pai” dos menudos, não respondeu aos inúmeros pedidos de entrevista da produção – ele sempre negou qualquer irregularidade ou abusos durante seu tempo como gestor do conjunto.
Em tempo, foi ele que concebeu fórmula do sucesso, em Porto Rico, ainda em 1977, contando com uma espécie de “fonte de juventude” – os membros eram substituídos assim que completassem 16 anos.
Outros integrantes também relatam casos em que eles foram expostos a situações inadequadas e até perigosas, ainda muito jovens, sem supervisão adequada.
“Uma vez estávamos na Colômbia. Estou com outro colega do Menudo, e estamos chegando ao hotel. Entramos em nosso quarto. De repente, um cara aleatório entra… E ele pega o que deve ter sido cerca de um quilo de cocaína… Então nós surtamos, porque não conhecíamos essa pessoa… Mas o cara era na verdade um dos produtores e promotores”, conta Sergio Blass, que esteve na banda entre 1986 e 1990, e foi expulso após ser preso junto com Ray Acevedo, outro integrante do Menudo, por porte de maconha.