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Vale-tudo: rei Zulu relembra desafios: “Lutei até os 63 anos”

Por COMBATE, GE

Rei Zulu — Foto: Marcelo Alonso

Prestes a completar 75 anos de idade, Casemiro de Nascimento Martins, o Rei Zulu, foi o convidado do podcast Mundo da Luta desta semana. Ao lado do seu biógrafo, Bruno Tomé Fonseca, a lenda viva do vale-tudo brasileiro relembrou alguns dos seus principais combates em uma longa trajetória de desafios Brasil afora.

Em um bate-papo de 1h30min, Rei Zulu contou como teve a ideia de viajar pelo país desafiando os lutadores locais. Em muitos casos, era o próprio lutador quem organizava o evento na cidade que visitava, além de montar o ringue, cuidar da bilheteria, etc. E lutar, é claro. Com tantos combates, ele conta como fazia para promover seus desafios e confessa algumas estratégias que aprendeu quando subia ao ringue.

– Os meus desafios eram o seguinte: eu chegava nas cidades sozinho e meu desafio era bem claro. Eu falava: “Olha, não estou aqui pra aprender com ninguém, nem ensinar ninguém, eu vim fazer luta séria”. Eu avisava pro cara saber que era coisa séria, não era brincadeira. Pedia pra levar ambulância, médico, então o pessoal ia sabendo que o negócio era sério.

– Eu era muito confiante porque eu treinava muito. Eu era muito bem preparado, então já tinha aquela confiança. Eu comecei a pegar os adversários, e tinha alguns que sabiam muito mais coisas do que eu. Às vezes, o cara tinha o mestre dele, ou um cara que treinava com ele, e que ficava lá de fora gritando “faz isso, faz aquilo”, mandando fazer em mim, mas eu fazia no cara. Ele gritava “eu não to dizendo pra ti, to dizendo pra ele”. Então ele estava falando alto pro cara fazer em mim, e eu aproveitava e fazia no cara (o que ele mandava). “Jabeia forte na cara dele”, e eu jabeava na cara pra ele não encostar em mim, aí pegava e botava no chão. Eu fui pegando o macete com isso.

No bate-papo, Rei Zulu relembrou seus combates mais famosos contra Sérgio Batarelli, Rudimar Fedrigo, Touro Moreno e, claro, Rickson Gracie, além dos seus encontros com seu ídolo, Waldemar Santana, e Ivan Gomes.

Rei Zulu e Bruno Tomé Fonseca, que escreveu "Rei Zulu: A Majestade Bárbara", biografia do lendário lutador — Foto: João Torres

Rei Zulu e Bruno Tomé Fonseca, que escreveu “Rei Zulu: A Majestade Bárbara”, biografia do lendário lutador — Foto: João Torres

O ex-lutador, que atualmente utiliza uma cadeira de rodas por conta de uma queda em que fraturou o fêmur, avisou que mais um integrante da sua família quer se aventurar no MMA.

– O meu neto está louco pra lutar. Ele é forte, treina e é invocado com luta. Ele está com 18 anos e uns noventa e pouco quilos. Ele quer arrumar uma luta no UFC. O nome dele é Paulo Victor, é filho da minha filha mais velha. Ele se cuida, não bebe, não fuma, é forte, e quer lutar.

Durante a gravação do podcast, a produção do programa avisou ao empresário Wallid Ismail sobre o desejo de Rei Zulu ver o neto em ação, e o dono do Jungle Fight garantiu que irá convidar Paulo Victor para estrear em sua organização, para comemoração do avô orgulhoso.

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