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No Paraná, Moro enfrentará cúpula bolsonarista do União e poderá concorrer contra aliados

Por O GLOBO

Fábio Vieira/Metrópoles

Após ter sua transferência de domicílio eleitoral para São Paulo negada pelo Tribunal Regional Eleitoral paulista, o ex-ministro Sergio Moro terá obstáculos para concorrer nas eleições pelo seu estado de origem, o Paraná, como pretende fazer. Antes de mudar de domicílio, ele ainda estava filiado ao Podemos, partido que decidiu trocar pelo União Brasil. Agora de volta a seu estado, terá de se acertar com a cúpula do União, que no estado é chefiado pelo clã Francischini. O deputado federal bolsonarista Felipe Francischini é o presidente estadual da sigla, e filho do deputado estadual Fernando Francischini, que teve sua cassação pelo TSE por promover fake news contra o processo eleitoral confirmada na terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para garantir que o partido lhe dará legenda, Moro tentará superar o problema “por cima”. Como informou a colunista Bela Megale , Moro terá um encontro com o vice-presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, para definir a que cargo se candidatará.

Qualquer que seja a escolha, ele terá novas questões a enfrentar. Uma nova possibilidade é que ele se lance a governador. O União Brasil apoia o governador Ratinho Jr. (PSD), candidato à reeleição e aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Se optar pelo Legislativo e obtiver aval do comando nacional do partido, também há obstáculos. A aliança do União com Ratinho Júnior traria desconforto para uma disputa ao Senado. Nesse caso, Moro também teria de concorrer contra um de seus primeiros aliados políticos, e que articulou sua primeira filiação ao Podemos: o senador Álvaro Dias (Podemos). Dias já chegou a dizer que decidiu abrir mão da concorrer à presidência da República neste ano para se engajar na candidatura de Moro, que posteriormente deixou seu partido sem informar a direção.

Recentemente, o senador afirmou que o desgaste político do ex-juiz com sua indefinição de projeto pode ser ‘irreversível’, mas que não teria problemas em recebê-lo de volta ao Podemos. Porém, Dias vem indicando que não deve abrir mão de buscar sua reeleição ao Senado. Essa postura provocou uma alfinetada da esposa de Moro, Rosangêla Wolff, que publicou mensagem dizendo que ele “não largaria o osso” em prol do ex-juiz.

Já se escolher pleitear uma vaga de deputado federal, ele terá que disputar outro símbolo da operação Lava-Jato, o ex-coordenador da força tarefa Deltan Dallagnol. A entrada de Moro na disputa poderia minar o potencial de votos de Dallagnol, que deixou a carreira no Ministério Público para se lançar à Câmara.

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