O Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas está desenvolvendo e testando uma possível vacina em spray contra a Covid-19. A ideia é que, dessa maneira, o combate à pandemia fique mais eficiente, diminuindo a transmissão do coronavírus.
Segundo os responsáveis pelo desenvolvimento do novo imunizante, a vacina em spray pode revolucionar o atual panorama da Covid-19 no mundo. Além da mudança na forma de administração, os componentes utilizados e o veículo que os transporta são as grandes novidades.
De acordo com os pesquisadores, caso aprovada, a vacina em spray mudará a maneira de combater a propagação de Covid-19 e potencializará o combate ao coronavírus. “O vírus entra no organismo pelo nariz, infectando a mucosa. O nosso foco é criar uma vacina que atue diretamente no sistema respiratório, fortalecendo a resposta imune de toda essa região, de forma a evitar a cadeia de infecção do indivíduo, desenvolvimento da doença e transmissão para outras pessoas”, conta o Dr. Kalil
As vacinas convencionais usam uma proteína do vírus para induzir o organismo a produzir anticorpos contra o coronavírus. Já o imunizante em spray é feito a partir de pepitídios sequenciais, também derivados de partículas do Sars-Cov-2. A nova formulação ainda se demonstrou capaz de atravessar cílios e muco presentes no nariz. Fator que facilita a chegada dos seus componentes às células do corpo.
“O coronavírus vai persistir na sociedade. Sabe-se que as vacinas atualmente em uso não garantem a proteção por longos períodos, sendo necessário um reforço vacinal. Com isto, poderemos analisar o efeito de potencializar a resposta imune”, esclarece o Dr. Kalil.
Estudo chinês aponta segurança e eficácia de outra vacina inalável
Outras pesquisas também indicam que a vacina em spray, aplicada diretamente no nariz, pode ser uma tendência. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores chineses, o imunizante inalável, Convidecia, demonstrou segurança e eficácia em testes realizados. As conclusões da pesquisa foram publicadas recentemente pela revista científica inglesa The Lancet Respiratory Medicine.
Os participantes que receberam a vacina inalável apresentaram de 18 a 24 vezes mais capacidade de neutralização cruzada para a variante Delta em comparação com aqueles que receberam um reforço homólogo com a vacina de vírus inativado 28 dias após um reforço.