São dez anos de uma parceria revolucionária. Seis finais da NBA e duas temporadas de resiliência por lesões graves. O quarto título pode estar a caminho na noite desta quinta-feira, quando o Golden State Warriors enfrenta os Celtics, em Boston, às 22h. Para Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green, o jogo 6 é a conclusão de uma caminhada de redenção, mas o time da casa tem outros planos. O ge.globo acompanha todos os detalhes do jogão em tempo real.
O trio que liderou transformações estruturais no jogo de basquete, sob o comando do técnico Steve Kerr, nunca perdeu uma série decisiva em que os três estivessem em quadra em todos os duelos – é o caso até agora. Levantaram três vezes o troféu Larry O’Brien contra o Cleveland Cavaliers, de LeBron James. Foram derrotados pelos mesmos Cavs, em 2016, quando Green cumpriu suspensão no jogo 5. Caíram diante do Toronto Raptors, em 2019, sem Thompson no jogo 3 por lesão na coxa.
Ele ainda sofreria o fatídico rompimento de ligamento do joelho esquerdo no jogo 6. Seu retorno após dois anos e meio afastado das quadras foi a notícia mais comemorada do ano dos Warriors, mas as redenções não param por aí. Draymond Green perdeu 36 jogos da temporada regular com lesão nas costas. Stephen Curry foi desfalque por todo o último mês com problemas no pé esquerdo. Isso sem contar Andrew Wiggins, que foi de decepção nos Timberwolves a titular do All-Star Game e um dos destaques das finais de 2022.
– Depois de dez anos, tem muitas histórias e muita comédia que poderíamos contar. As personalidades são tão diferentes. Todo mundo vem de origens diferentes. Mas nós desenvolvemos uma unidade coletiva de como fazer as coisas, no vestiário, no avião, nos hotéis. Nós sabemos como nos divertir, relaxar e manter as coisas leves, mas também entendemos o que estamos tentando fazer e por que isso importa em termos de ganhar jogos – comentou Curry sobre o trio, na entrevista coletiva desta quarta.
Primeiro MVP das finais a caminho
Curry é o favorito ao prêmio de MVP das finais, que seria o primeiro da carreira. Nos outros três títulos, Kevin Durant levou a honraria duas vezes, e Andre Iguodala uma. O maior arremessador de todos os tempos teve uma atuação lendária no jogo 4, quando anotou 43 pontos e 10 rebotes na vitória fora de casa, com 2 a 1 adversos no placar da série. Teve ainda duelos de 34, 31 e 29 pontos, e compensou noites de desempenho mediano de seus companheiros nos altos e baixos da série.
– Estávamos sentados na mesma mesa no avião ontem (terça-feira). Bob (Myers, gerente-geral dos Warriors) passou por nós e disse algo como “vocês são divertidos, ainda sentam juntos”. Vocês não entendem, são dez anos. Isso não acontece, caras ainda sentarem na mesma mesa. Nem mesmo no mesmo time, quanto mais na mesma mesa, curtindo a conversa e a presença um do outro. Essa jornada não teria sido a mesma sem esses dois caras e Andre Iguodala também. Não poderia imaginar essa jornada sem eles – lembrou Draymond Green.
A referência emocional dos Warriors terá trabalho contra um Boston com senso máximo de urgência no jogo 6. Os Celtics estiveram duas vezes no comando da série, mas a irregularidade ofensiva provocou duas derrotas consecutivas nos dois últimos duelos, o que não acontecia desde 28 e 30 de março. A tensão está no ar e será palpável no TD Garden na noite desta quinta, mesmo para os mais experientes. Os jogadores tiveram um dia de treinos leves após a viagem de San Francisco para Boston na terça, e a prioridade foi o descanso.
– Não sei sobre isso tudo. Devo ao Draymond um dinheiro no dominó. Não quero vê-lo tantas vezes (risos). Mas é divertido. Dois dias atrás, eu estava meio adormecido. Ele e Bob estavam numa conversa empolgada por seis horas numa viagem de avião. Eu só estava tentando dar uma dormida. Bons tempos (risos) – finalizou Klay Thompson. Caso os Celtics vençam o duelo desta quinta, o derradeiro jogo 7 será disputado no próximo domingo, às 21h, em San Francisco.