Agricultor leva 2 horas para fisgar peixe de 1,65m e 55kg
Por G1
Mais do que uma pescaria “para desestressar” ao fim do dia. O agricultor Rony Dronov teve um domingo (10) de pescaria memorável, em Dourados (MS), a 229 quilômetros de Campo Grande. O homem, que realizava a prática com mais dois amigos, pescou um pintado de mais de 1,65m e cerca de 55 kg no rio Dourados. O animal foi devolvido para a água após as fotos. (Veja o vídeo acima).
Rony conversou com o g1 sobre o feito que foi cheio de adrenalina e emoção. No momento em que fisgou o animal, ele estava em um barco acompanhado de um casal amigos. Sem imaginar, ficou surpreso com o tamanho do pintado, que por ser tão grande, levou mais de duas horas para ser capturado da água.
Na hora que o pintado fisgou a isca – que é específica e cheia de técnicas para possibilitar a captura de peixes gigantes – a “batalha” no rio começou.
“Estava um dia “fraco” de peixe e quando menos esperávamos o monstrão apareceu. Utilizamos isca artificial e começamos a batalha, foi muito difícil fisgar o peixe. Ficamos mais de duas horas para finalizar a pesca”, disse.
Rony explicou que a pescaria começou ainda no início da tarde, os pescadores desceram o rio na busca do “parrudão” – como chamam os peixes gigantes -, e celebraram o resultado da pescaria. “Dentro da água mesmo fizemos algumas fotos e logo devolvemos ele para o rio. O peixe estava super saudável e muito bonito, foi um momento foi especial”, disse.
Passada a adrenalina do momento, o que ficam são os registros. Em uma foto divulgada nas redes sociais, Rony e o amigo aparecem abraçados com o animal, que é quase maior que eles. Nas horas vagas, o agricultor atua como guia e leva turistas para estas pescarias de peixes gigantes.
Pesca proibida
O Ministério do Meio Ambiente listou, pela primeira vez, o pintado como espécie ameaçada de extinção. Com isso, a pesca desse peixe passa a ser proibida em todo o Brasil, incluindo a atividade esportiva do “pesque e solte”, a partir do próximo dia 5 de setembro.
O surubim, ou pintado, (Pseudoplatystoma corruscans), é uma espécie que se distribui em grandes e importantes bacias da América do Sul, entre elas: São Francisco, Paraná, Paraguai e Uruguai. Também ocorre em mais quatro países além do Brasil: Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Entretanto, o governo de Mato Grosso do Sul enviou ofício ao Ministério do Meio Ambiente pedindo para que a proibição na pesca de pintado seja descartada no estado. Como justificava, a nota diz que a espécie do peixe “não está ameaçada de extinção” nas bacias hidrográficas estaduais.
“As pesquisas aqui indicam que o pintado não está vulnerável em Mato Grosso do Sul, e por isso a Semagro e o Imasul estão elaborando um estudo técnico para essa portaria não valer nas bacias hidrográficas estaduais. Somos o estado que tem o maior controle de pesca do país, essa situação de extinção não acontece aqui”, disse o tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Queiroz.
Determinação da extinção
A decisão de listar o pintado como peixe ameaçado de exintção é resultado de uma extensa análise técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que aplica os critérios de risco de extinção do método da IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza), aceitos internacionalmente e utilizados por mais de 100 países.
O surubim é uma espécie de grande interesse para a pesca, especialmente no Pantanal, sendo um dos principais peixes desembarcados nas pescarias de toda a região pantaneira. “A pesca é essencial para o setor econômico de Mato Grosso do Sul, o turismo de pesca movimenta vários setores e por isso existem estudos para manter o cuidado e a preservação”, destacou Queiroz.