Cientistas avançam em vacina universal contra todos os coronavírus

Pesquisadores do Instituto Francis Crick, um centro de pesquisa biomédica do Reino Unido, afirmam ter encontrado o caminho para o desenvolvimento de uma vacina universal contra o coronavírus e resfriados comuns. Eles acreditam que a criação do imunizante pode ser a chave para prevenir futuras pandemias.

A vacina experimental pan-coronavírus usa material genético do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, para estimular o corpo a produzir anticorpos para atacar uma parte específica da proteína spike do vírus usada para invadir as células.

O imunizante é visto como promissor porque se destina à subunidade S2 da proteína spike, onde as mutações são menos comuns e parece semelhante em todas as famílias do coronavírus. As vacinas atuais, por outro lado, têm como alvo a seção S1, explicam os cientistas.

Testes iniciais foram feitos com camundongos. Depois de o imunizante ser injetado, os pesquisadores coletaram amostras de sangue dos animais para medir os níveis de anticorpos gerados.

Eles descobriram que a fórmula estimulou a criação de uma defesa capaz de combater a cepa original do coronavírus, encontrada em Wuhan, e as variantes Alfa, Beta e Delta. As proteínas também inibiram o coronavírus que causa o resfriado comum (HCoV-OC43).

Em outra etapa da pesquisa, para testar a capacidade dos anticorpos de neutralizar o vírus, os cientistas compararam a resposta de camundongos vacinados e não vacinados expostos a um dos coronavírus quatro dias após o início dos testes. Foram encontradas significativamente menos cópias de vírus no organismo dos imunizados.

“Embora uma potencial vacina S2 não impeça as pessoas de serem infectadas, a ideia é preparar seu sistema imunológico para responder a uma futura infecção por coronavírus”, disse o coautor do estudo e imunologista do Crick, Nikhil Faulkner.

Apesar de a notícia ser promissora, os pesquisadores reconhecem que ainda há um longo caminho para concluir a pesquisa do imunizante contra diferentes coronavírus, incluindo testes com humanos. O estudo foi publicado nessa quarta-feira (27/7), na revista científica Science Translational Medicine.

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