Dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse são os principais sintomas que podem sugerir um quadro de covid-19.
Essa é a conclusão de um relatório feito no Reino Unido que reuniu informações de 17,5 mil pessoas que testaram positivo na última semana.
Os dados, obtidos por meio do aplicativo Zoe Covid, são analisados em parceria com pesquisadores do King’s College, em Londres, com apoio do NHS, o sistema de saúde pública do país.
O trabalho também descobriu que febre e perda de olfato ou paladar — que eram sintomas bem mais frequentes da infecção há alguns meses — se tornaram menos comuns agora.
Outros incômodos, como voz rouca, espirros, cansaço e dores musculares, subiram no ranking dos sintomas da doença.
Os 20 principais sintomas da covid-19, em ordem decrescente, de acordo com os dados do estudo Zoe App são:
- Dor de garganta – relatada por 58% dos participantes
- Dor de cabeça – 49%
- Nariz entupido – 40%
- Tosse seca – 40%
- Coriza – 40%
- Tosse com catarro – 37%
- Voz rouca – 35%
- Espirros – 32%
- Fadiga – 27%
- Dores musculares – 25%
- Náusea – 18%
- Inchaço no pescoço (a popular “íngua”) – 15%
- Dor nos olhos – 14%
- Alteração no olfato – 13%
- Aperto ou dor no peito – 13%
- Febre – 13%
- Calafrios – 12%
- Falta de ar – 11%
- Dor de ouvido – 11%
- Perda de olfato – 10%
As informações coincidem com os achados de outras pesquisas recentes.
O estudo React-1, por exemplo, seleciona a cada mês cerca de 150 mil pessoas de forma aleatória na Inglaterra. Todas elas fazem testes rápidos de antígeno.
Os resultados mais recentes da iniciativa mostram que os sintomas mais comuns da covid-19 se modificaram bastante ao longo da pandemia.
Isso pode estar relacionado às mutações que o coronavírus sofre, acreditam os cientistas.
Diversas variantes do patógeno surgiram desde a versão original, detectada pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China. A mais recente delas é a ômicron.
Os pesquisadores do React-1, do Imperial College de Londres, dizem que a perda de olfato e paladar parece ser menos comuns com as novas variantes. Em vez disso, as pessoas estão relatando mais sintomas típicos de resfriado ou gripe.
Eles analisaram as primeiras versões da ômicron — conhecidas como BA.1 e BA.2 —, que se tornaram dominantes a partir de março de 2022.
Desde então, duas novas sublinhagens altamente transmissíveis derivadas da ômicron, chamadas de BA.4 e BA.5, ganharam terreno e estão por trás de novas infecções.
Estima-se que 2,7 milhões de pessoas no Reino Unido, ou uma em cada 25, estejam com covid-19 no momento.
No Brasil, os casos também seguem numa tendência de alta. De acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), a média móvel diária está em 54,6 mil — em abril, essa taxa estava em 13 mil.
Tim Spector, que lidera o estudo com o aplicativo Zoe, avalia que “a covid ainda está descontrolada”.
“Mesmo as pessoas que tiveram uma infecção no passado e estão totalmente vacinadas ainda pegam o vírus.”
“Embora todos queiramos aproveitar ao máximo, será preciso decidir se vale mesmo a pena ir a grandes eventos, trabalhar no escritório ou usar transporte público em horários de pico”, diz o especialista.
Tanto o estudo Zoe quanto o React-1 deixaram de ser financiados pelo governo do Reino Unido recentemente.
Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62178102