“Faço o compromisso que minha mais absoluta missão será acabar com a fome, diminuir a miséria, reduzir a pobreza. faço essa promessa como mãe, mãe de duas Marias. Nenhuma criança vai mais dormir com fome nesse país, um país que alimenta 800 milhões de pessoas”, afirmou Tebet.
Desde que Simone Tebet colocou o nome como pré-candidata à Presidência, setores do MDB defenderam que o partido não lançasse candidato e apoiasse Lula.
Em 2018, o candidato do partido, Henrique Meirelles, obteve 1,2% dos votos e ficou em sétimo lugar. Nas eleições anteriores, de 2014 e 2010, o MDB disputou com Michel Temer como vice de Dilma Rousseff (PT).
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Congresso, por exemplo, defendeu publicamente que o partido deveria apoiar Lula.
Além disso, caciques do partido chegaram a pedir intervenção do ex-presidente Michel Temer, em uma tentativa de adiar a data da convenção para 5 de agosto, o que não surtiu efeito.
Em outra tentativa de adiar a convenção, o prefeito de Cacimbinhas (AL), Hugo Wanderley, aliado de Renan Calheiros, pediu ao TSE que anulasse o edital de convocação da convenção, argumentando que o evento não poderia ser virtual por não garantir o sigilo do voto. O presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, rejeitou o pedido.
Em recado a opositores da candidatura de Tebet, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire (SP), disse que quem busca barrar a candidatura de outros partidos para “facilitar seu caminho” foi “barrado hoje na história brasileira”.
“Não existe eleição ganha de véspera. Não tem nada definido. Começa agora a eleição. Começa a ter o cenário que vai ter em 3 de outubro a disposição da soberania popular Até agora tínhamos uma disputa de rejeição”, afirmou.
A candidatura de Simone Tebet conta com o apoio da federação partidária formada por PSDB e Cidadania. A federação deve indicar o candidato a vice na chapa de Simone.
Em junho, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), indicou que o senador Tasso Jereissati (CE) era o favorito, mas mencionou também o nome da senadora Mara Gabrilli (SP). Segundo integrantes dos partidos que compõem a federação PSDB-Cidadania, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) aparece entre os nomes cotados.
No ano passado, o PSDB fez prévias para definir qual nome do partido disputaria a Presidência da República neste ano. O então governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias e passou a ser o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.
No decorrer do ano, porém, Doria não conseguiu apoio da cúpula do PSDB para seguir na disputa e acabou anunciando sua saída da corrida presidencial. O PSDB, então, passou a apoiar Simone Tebet.
Após a confirmação da candidatura de Tebet, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, chamou a aliança da federação com o MDB de “encontro histórico” e disse que Tebet carrega a esperança dos partidos em oferecer uma candidatura alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro.
“Tebet carrega hoje a esperança desses partidos de oferecer a milhões e milhões de brasileiros que procuram uma alternativa à população de emprego, renda, uma candidatura que não vai discutir ideologias, mas como de fato melhorar a vida das pessoas”, declarou.
Sobre a escolha do vice na chapa, Araújo afirmou que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), cotado para a cadeira, vai conversar ainda hoje com Tebet sobre o assunto.
“Torcemos para que possa se confirmar e, em acontecendo, é algo já consagrado no nosso ambiente. Se por qualquer razão não for esse entendimento até amanhã, PSDB e Cidadania tem um conjunto de nomes para submeter à liderança da candidata Simone Tebet”, disse.
Jereissati não compareceu à sede do MDB para anúncio do resultado da convenção, mas enviou um áudio. Ele ressaltou os anos de amizade com Tebet e disse ter visto nela uma das senadoras “mais competentes e sérias”.
“A sua presença nessa campanha significa a capacidade de unir o país, sair do ódio e extremismo, ir para o bom senso, tolerância. confio em você e estou às suas ordens”, afirmou.
Jereissati disse ainda que, se não confirmarem nesta quarta sua posição de vice na chapa, fará campanha pela senadora nas ruas.
Baleia Rossi iniciou a convenção pouco depois das 10h e abriu a palavra para filiados ao partido, que participaram virtualmente.
Além de Tebet, falaram também os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.
Araújo, que integrou o governo Michel Temer como ministro das Cidades, lembrou o histórico de aliança entre os partidos e elogiou Tebet que, segundo ele, “tem clareza sobre o processo da democracia, da geração de empregos e do que é realmente importante nessa discussão”.
Já Freire falou em sua “imensa satisfação” em ter como candidata à presidência da República “uma mulher que tem me surpreendido a todo momento”.
O ex-presidente Michel Temer também participou da convenção de forma virtual e ressaltou o discurso de Tebet em direção à “pacificação nacional”.
“Esse é um ponto fundamental. Com toda a franqueza, se nossa candidata estiver de acordo, é pregar o que é óbvio no nosso país, que é a tranquilidade institucional, entre os setores sociais, e a Constituição Federal. Sempre digo que a Constituição resolve tudo”, disse Temer.