“Fiz um texto satírico justamente pra expor além de ridículo é bem transfóbico. Não existem pessoas com pênis que não são homens? E não existe estupro por parte de mulheres cis? Texto ridículo por texto ridículo, eu prefiro o meu. Tit for tat”.
Ainda nas redes sociais, o estudante afirmou que criou o texto para expor a “generalização ridícula que foi feita no texto original”. A “sátira”, como o jovem diz, foi excluída das redes sociais após os vários comentários rechaçando a atitude.
Mendonça disse ao g1 ter escrito “uma sátira me referindo a infrações de trânsito e ironizei como se só as mulheres cometessem”.
Veja abaixo a íntegra do posicionamento:
“Primeiramente, quero deixar explícito o meu repúdio ao caso de estupro que foi noticiado. Aquilo não é um ser humano, muito menos um médico. Diante do acontecido, um perfil do Instagram publicou uma imagem que continha um poema que lamentava a situação, mas que logo tomou outro rumo. Até que, enfim, o texto finalizou com “nem todo homem, mas sempre um homem”. Ora, os estupros não são sempre cometidos por homens, ainda que o sejam na maioria das vezes. A palavra “sempre” exclui exceções, e este certamente não é o caso. Diante da conclusão estapafúrdia do poema original, que imputa somente ao homem o crime de estupro, fiz um poema satírico e tão ridículo quanto a conclusão do primeiro. Nele, fiz uma sátira me referindo a infrações de trânsito e ironizei como se só as mulheres cometessem, o que é claramente não é verdade. Em nenhum momento no meu texto ironizo o estupro ocorrido, não fiz piada com estupro e muito menos fiz piada com violência. Foi apenas um texto satírico, inocente e intencionalmente absurdo a fim de expor a ideia ridícula insinuada através da frase “sempre um homem” no texto original, o que é uma conclusão ilógica, sem cabimento. Em nenhum momento comparei o crime de estupro a infrações de trânsito, isso sequer faz sentido. É óbvio que há homens que cometem infração de trânsito, assim como há, também, mulheres que estupram. E é isso que o meu texto satírico quis expor: o ridículo da conclusão do texto original”.