Foi celebrado na última quinta-feira (28), o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Doença muito comum no Acre e toda a região Amazônica.
Em alusão à data, o Ministério da Saúde lançou um nova edição do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2022, com dados das notificações das hepatites A, B, C e D.
O estudo mostra que em 2021, Rio Branco não registrou nenhum caso da hepatite A. Em compensação, foi a quarta capital brasileira onde houve mais registros da hepatite C com 11,9 casos para cada 100 mil habitantes, no Brasil o número foi de 5,9.
É justamente a hepatite C que causa o maior número de óbitos entre as hepatites. O número de óbitos devidos a essa etiologia vem aumentando ao longo dos anos em todas as regiões do Brasil. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C; destes, 52,6% (32.951) tiveram essa etiologia como causa básica.
O Acre registrou 1107 mortes por causa das hepatites entre 2000 e 2020. A maioria pela tipo C, sendo 344 causa básica e 176 associada, totalizando 520. A hepatite A foi a que menos matou, 24 óbitos no total entre causa básica e associada.
O médico infectologista acreano Thor Dantas, divulgou um vídeo em suas redes sociais onde fala sobre a doença e seus sintomas. Ele lembra que a maioria dos casos não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio avançado.
“As hepatite virais podem se apresentar com olho amarelo, urina escura, mas na imensa maioria das vezes se apresenta sem sintoma nenhum e só tem uma forma de saber se você tem ou não hepatite é fazendo os exames, são testes rápidos disponíveis em todas as redes básicas de saúde”, explica o médico.
Segundo Thor, o maior problema pode ser a evolução da doenças que ao longos dos anos podem evoluir para cirrose e câncer de fígado. “Duas complicações muito graves”, diz, completando que existe tratamento seguro e eficaz gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O Acre, estado onde a gente vive tem muita hepatite viral”, alerta.
Como prevenir hepatite B ou C
- Não compartilhar com outras pessoas objetos perfurocortantes (seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas etc.);
- Não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança;
- Não compartilhar escovas de dentes ou lâminas de barbear/depilar, que são materiais de uso individual;
- Ao colocar piercing, realizar tatuagem ou utilizar serviços como barbearias, manicures/pedicures e podólogos, certificar-se de que os materiais sejam descartáveis e sejam esterilizados adequadamente;
- Usar camisinha nas relações sexuais, a fim de evitar a transmissão por via sexual e, no caso de gestação, evitar a transmissão da doença para o feto.
A hepatite C tem maior taxa de detecção em indivíduos acima dos 40 anos de idade, ou que apresentem fatores de risco, como:
- Ter sido submetido a procedimento de hemodiálise;
- Ter diabetes ou hipertensão;
- Ter realizado procedimentos invasivos (estéticos ou cirúrgicos) sem os devidos cuidados de biossegurança;
- Ter realizado transfusões sanguíneas antes de 1993;
- Compartilhar objetos para o uso de drogas;
- Estar privado de liberdade, dentre outros.
Vacinas disponíveis no SUS
A melhor estratégia de prevenção da hepatite A e B é a vacina – as doses estão disponíveis nas salas de vacinação de todo país. Elas são altamente eficazes, e devem ser realizadas com esquema completo para ter a máxima eficiência. Saiba o esquema recomendado pelo Calendário Nacional de Vacinação:
CRIANÇAS
- Hepatite B recombinante: 1 dose ao nascer
- DTP + Hib + HB (penta – entre outras doenças, protege contra a Hepatite B) / 3 doses recomendadas: 1ª aos 2 meses; 2ª aos 4 meses; 3ª aos 6 meses
- Hepatite A (HA): 1 dose recomendada aos 15 meses
ADOLESCENTES, ADULTOS E GESTANTES
- Hepatite B: 3 doses recomendadas (iniciar ou completar o esquema de acordo com a situação vacinal). Intervalo recomendado: 2ª dose deve ser aplicada 1 mês após a 1ª dose e a 3ª dose deve ser aplicada 6 meses após a 1ª dose.
A promoção do diagnóstico é uma das estratégias de prevenção para evitar a transmissão da infecção, neste sentido, é importante intensificar o diagnóstico de todas as pessoas acima de 20 anos, assim como no caso de teste negativo para hepatite B, realizar a vacinação. As vacinas seguem disponíveis no SUS para atualização da carteirinha mesmo na vida adulta.
Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura. Os medicamentos disponibilizados no SUS conferem a cura em mais de 95% dos casos, com tratamentos que duram, em média, 12 semanas e estão disponíveis para qualquer pessoa com a infecção pelo vírus.
Fonte: Ministério da Saúde