25 de abril de 2024

Feijão envenenado: após reclamação, madrasta apagou luz e serviu mais

No dia em que envenenou o enteado Bruno Cabral, de 16 anos, Cíntia Mariano chegou a apagar as luzes e servir mais do alimento para o jovem, que teria reclamado do gosto amargo e visto pedrinhas azuis no alimento. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), a postura da indiciada chamou a atenção da polícia.

“Como isso vai passar despercebido? Quem de nós faria isso em nossa casa se reclamássemos do gosto amargo da comida?”, indagou Rodrigues nesta quinta-feira (07/07) durante entrevista coletiva.

Ainda de acordo com o delegado, após um dos filhos de Cíntia dizer que ela também teria envenenado outro enteado, um ex-namorado e um ex-vizinho, foi realizada uma investigação na casa em que ela morava, em Padre Miguel, na zona oeste da Rio.

“Encontramos um frasco de veneno de pulga em uma prateleira junto ao fogão. Quem guarda isso na prateleira de um fogão?”, questionou.

Bruno ficou internado de 15 a 18 de maio, no Hospital Municipal Albert Schweitzer, também na zona oeste da cidade, por conta de uma intoxicação exógena. Segundo Rodrigues, foram feitos quatro exames no jovem para confirmar a presença de raticida, popularmente conhecido como “chumbinho”.

26/05/22 Rio de Janeiro RJ Polícia Civil realiza exumação no corpo da jovem Fernanda Carvalho Cabral de 22 anos, suspeita de ter sido envenenada pela madrasta em Março deste ano. Foto: Aline Massuca/ MetropolesFernanda CabralTrês fotos justapostas mostram celular de madrasta acusada de envenenar enteados no Rio de Janeiro aberto em conversa de WhatsApp com os filhos Lucas e Carla - MetrópolesFoto mostra celular de madrasta acusada de envenenar enteados no Rio de Janeiro aberto em conversa de WhatsApp com o irmão Wesley - MetrópolesFernanda Cabral

Relembre o caso

Após a intoxicação de Bruno, a Polícia Civil iniciou também um inquérito para investigar a morte de Fernanda Cabral, de 22 anos, irmã do jovem. Ela morreu em 27 de março, após ter sintomas similares, como: tonteira, boca seca e espumando e com a língua enrolada.

Fernanda ficou internada por 12 dias no mesmo hospital que o irmão foi atendido, no Albert Schweitzer. De acordo com a perita da Polícia Civil, Gabriela Graça, que fez a exumação da jovem, não havia dúvidas quanto ao seu envenenamento:

“A gente já sabia desde o começo, mas precisamos exumar Fernanda, esgotar as opções. Colhemos tudo. Talvez se tivéssemos colhido o material pouco depois da morte, poderíamos ter pego coisas interessantes nas vísceras. Mas o prontuário da Fernanda fala mais do que qualquer resultado positivo”, afirmou.

Cíntia Mariano foi indiciada pelos dois crimes nesta quinta-feira. Ela responderá por homicídio qualificado por emprego de veneno e homicídio tentado.

Médica será investigada

Segundo Rodrigues, a médica que atendeu Fernanda no hospital será investigada e pode ser indiciada por falso testemunho.

Isso porque, quando questionada sobre o atestado de óbito da jovem – que foi dado como morte natural -, afirmou não ter comunicado ao Instituto Médico Legal (IML) por determinação de um superior. Informação essa que foi desmentida em depoimento.

Metrópoles tentou contato com a defesa de Cíntia Mariano, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. Os advogados que representam Maria Cecília não foram localizados.

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