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‘Fui lá e era meu mano’: Como Buchecha soube da morte de Claudinho em 2002

Por UOL

REPRODUÇÃO

O acidente de carro que matou o cantor Claudinho, dupla de Buchecha, completa 20 anos. O veículo em que o artista estava derrapou na altura do km 202 da Rodovia Presidente Dutra, Em Seropédica (RJ), e bateu em uma árvore.

A fatalidade interrompeu a carreira de sucesso dos amigos de infância, que se tornaram famosos durante a década de 1990 por conta dos hits “Só Love”, “Quero Te Encontrar” e “Fico Assim Sem Você”.

A história da dupla será contada em um filme protagonizado por Lucas Penteado e Juan Paiva, com estreia prevista para 2023.

Como foi o acidente

A dupla voltava de um show realizado na cidade de Lorena (SP) em carros separados. A apresentação marcava o lançamento do álbum “Vamos Dançar”, último da dupla.

O jornal Estado de Minas detalhou, em novembro de 2021, que os carros seguiam em comboio, e resolveram parar para um lanche.

DJ Tralha, então membro da equipe dos músicos, dirigia o carro de Claudinho, mas optou por seguir viagem na van da equipe, a mesma em que Buchecha descansava após o show.

Ivan Crespo Manzieri, que exercia a função de secretário da dupla, assumiu a direção do veículo. Ele foi socorrido e sobreviveu após o acidente. Claudinho morreu no local aos 26 anos.

“A gente viu o carro quando tinha acabado de acontecer. Chegamos antes da ambulância. Fui lá ver e era meu mano. Perdi um irmão. Não dei meu último abraço nele nem conversamos. Foi um choque muito grande”, disse Buchecha em entrevista ao Extra em 2021.

Despedida

Na época, a Agência Brasil informou que a Polícia Militar foi chamada para conter um tumulto causado pelo público no velório de Claudinho, realizado no Memorial do Carmo, no bairro do Caju, zona portuária do Rio.

A cerimônia começou com 45 minutos de atraso. Buchecha foi aplaudido pelo multidão, que cantou os sucessos da dupla no local. Viúva de Claudinho, Vanessa Alves Ferreira também recebeu aplausos.

O secretário da dupla foi vaiado e chamado de assassino durante a cerimônia. A polícia estimou que mais de mil pessoas estiveram no local, informou a Agência Brasil.

Investigação e secretário absolvido

Ivan Crespo Manzieri foi absolvido pela Justiça da comarca de Seropédica, na região metropolitana do Rio. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo em 2006.

Ele era acusado de homicídio culposo em denúncia apresentada pelo Ministério Público na época. Conforme o texto, ele “dirigia de maneira imprudente” no momento em que o acidente aconteceu.

Segundo o relato do O Globo, o promotor de Justiça Rodrigo de Almeida Maia informou que a perícia não identificou “marcas de frenagem ou quaisquer vestígios de colisão na pista” da Rodovia Presidente Dutra após o término da investigação.

“Ao que parece, o acidente foi uma fatalidade. Impõe-se, portanto, a absolvição do acusado. A lei exige e o Estado não poderá exercer o seu direito de punir sem uma certeza jurídica e tranquilizadora, sob pena de sofrer o acusado uma condenação arbitrária, o que, evidentemente, fere o seu direito de liberdade”, diz a decisão.

Indenização

Um ano após o acidente, a Folha de S. Paulo divulgou que Vanessa Alves Ferreira entrou na Justiça cobrando uma indenização de R$ 50 milhões após a morte de Claudinho.

A concessionária NovaDutra, responsável pela administração da rodovia em que ocorreu o acidente, foi condenada a pagar uma indenização em 2011.

Segundo a decisão publicada pela agência Estado na época, a empresa foi responsabilizada pelos danos causados por “ausência de proteção à árvore na pista, destruição do automóvel e o óbito do cantor”.

A concessionária precisou pagar mais de R$ 13 mil pelos danos ao veículo, pensão mensal de cerca de R$ 2 mil até que a ex-companheira de Claudinho completar 70 anos, além de R$ 500 mil por danos morais.

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