O Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo, morreu na manhã desta segunda-feira (4) em São Paulo, aos 87 anos, informou o Cardeal Dom Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo.
O cardeal tratava um câncer. O corpo do arcebispo será velado na Catedral Metropolitana de São Paulo, onde serão celebradas Santas Missas.
Franciscano, “Dom Cláudio”, como era conhecido, era um dos arcebispos mais influentes na Santa Sé. Em 2013, no Conclave que escolheu o Papa Francisco, Cláudio estava sentado ao seu lado. Em entrevista para a imprensa, Jorge Bergoglio revelou que a escolha do nome Francisco foi inspirada por Cláudio.
“Ao meu lado, nas eleições, estava o arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, cardeal Cláudio Hummes, um grande amigo. Quando a situação ficava um pouco perigosa, ele me consolava. Quando os votos chegaram aos dois terços, começaram a aplaudir, porque o papa tinha sido eleito. E ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. E aquela palavra entrou na minha cabeça: os pobres. Pensei em Francisco de Assis”, explicou o Papa na época.
Nascido em 8 de agosto de 1934, em Montenegro (RS), Cláudio Hummes dedicou-se à vida da Igreja desde os 17 anos de idade, quando ingressou na Ordem dos Frades Menores – franciscanos – em 1º de fevereiro de 1952, e manteve-se na ativa até março de 2022, quando já com a saúde debilitada, em decorrência do câncer, renunciou ao cargo de Presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama).
Hummes também ocupou a função de Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, e da recém criada Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA).
Em 2019, no Sínodo da Amazônia, em Roma, Dom Cláudio defendeu a demarcação de terras indígenas.
“Nós sabemos que, para os indígenas, isso é fundamental. Também as reservas geograficamente delimitadas são importantíssimas para a preservação da Amazônia”, declarou em coletiva de imprensa no Vaticano no Sínodo.