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Paramédico é chamado para salvar a vida do próprio filho: “Achei que fosse engano”

Por CRESCER

Socorrista atende a um chamado de emergência da própria família (Foto: Reprodução/The Sun)

Paramédicos salvam vidas o tempo todo e estão acostumados a encontrar os piores cenários. No entanto, por mais experiente que seja, ninguém está preparado para receber uma ligação da sua própria casa com um chamado informando que a vida do filho está em risco. Mas foi o que aconteceu com Troy Heise, de Queensland, na Austrália.

Em depoimento ao The Sunday Project, ele contou como foi ser designado para atender um pedido de ajuda urgente em seu endereço e o pior: não conseguir chegar a tempo de salvar a vida do filho de 12 anos.

Troy estava trabalhando quando percebeu que o endereço do próximo chamado de emergência era o de sua casa. Na hora, ele achou que se tratava de um engano. “No fundo da sua mente, você pensa: ‘Isso não é real, isso não é real. Essa não pode ser a minha casa. Por que algo ruim aconteceria na minha casa?’. Foi tão repentino e foi algo inédito, que eu nunca esperava”, conta.

Ele não imaginava que Sarah, com quem ele é casado por 17 anos, faria uma ligação de emergência para avisar que tinha encontrado o filho do casal, Flynn, 12 anos, desacordado no banheiro. A mãe disse que achou estranho quando percebeu que o menino estava há 20 minutos no banheiro e, então, resolveu abrir a porta. Quando entrou, viu ele caído no chão e imediatamente ligou para pedir socorro. “Meu mundo virou de cabeça para baixo. Foi tão difícil ser chamado para algo tão traumático como esse”, disse o pai.Ele tentou ajudar da melhor maneira possível, tentando deixar de lado seu “coração de pai” e atuar como profissional. “Quando é seu próprio filho, você está emocionalmente apegado, seu medo, sua raiva, sua preocupação. Eu não conseguia performar”, relatou. “É meu filho. Mande todo mundo. Acabamos com 12 paramédicos, seis policiais… Nossa rua da frente parecia uma zona de guerra”, conta. Mas, infelizmente, os esforços não levaram ao desfecho esperado. Flynn foi levado ao hospital, mas morreu três dias depois. A suspeita é de que o menino estava mexendo no chuveiro e entrou em pânico ou escorregou quando percebeu que um fio enrolou em seu pescoço. “Nós ficamos simplesmente atordoados, Sarah e eu”, lembra ele.

Doação de órgãos

Por incentivo da filha mais velha, a família optou por doar os órgãos do garoto e salvar outras vidas. “Eu me lembro de sentar lá e dizer à minha mãe: ‘Imagine aquela família, imagine aquela ligação, dizendo: ‘Ela vai ganhar mais 10 anos’ ou ‘Ela poderá ir à festa'”, conta Morgan. “Não foi uma decisão fácil. Mas meu filho salvou vidas e, embora ele não esteja aqui, ele está aqui de alguma forma. Sou apenas um pai orgulhoso”, disse Troy.

Crianças pequenas receberam o coração, os pulmões, o fígado e até o tecido ocular do garoto. Flynn morreu, mas salvou várias vidas.

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