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Senamadureirense trabalhou como camelô e recepcionista antes de realizar sonho de ser médico

Por MARIA FERNANDA ARIVAL, DO CONTILNET

Foto: Arquivo pessoal

Há alguns anos, Elíatian da Silva Nogueira, hoje conhecido como Dr. Nogueira, saiu de Sena Madureira, município do interior do Acre, em busca da realização de um sonho: praticar medicina. Nogueira foi até Santa Cruz, departamento boliviano, muito procurado pelos acreanos para estudar essa ciência, levando em consideração que nas faculdades particulares acreana o custo não é acessível.

De acordo com o médico, a sua história de vida profissional iniciou ainda na adolescência, quando trabalhava na pensão da família auxiliando a avó e a mãe, além de ter trabalhado como camelô também na época dos aniversário do município.

A primeira oportunidade profissional foi como recepcionista no Hospital João Câncio Fernandes, depois passou para o setor de Vigilância Epidemiológica e Estatística da mesma unidade de saúde e, por último, no desenvolvimento do Projeto Plano Piloto de descentralização financeira, o Programa Dinheiro Direto no Hospital”.

Foto: Arquivo pessoal

“Foi nessa experiência de vida, que impulsionou o meu sonho, de me tornar médico e poder ajudar as pessoas. Pois, trabalhando naquele hospital da minha cidade, pude ver de perto o sofrimento e as dificuldades das pessoas na área da saúde, que a população mais humilde enfrenta”, conta Dr. Nogueira.

Nogueira fez faculdade de medicina em Santa Cruz, na Bolívia, é revalidado pela Faculdade São Lucas, de Porto Velho (RO), com pós-graduações feitas em São Paulo, nas áreas de pediatria e endoscopia. Além disso, também estagiou na área de pediatria na Santa Casa de Santos em 2014.

Realização de um sonho

Após se tornar médico, Dr. Nogueira trabalhou no município de Manoel Urbano, onde iniciou a profissão que “hoje exerce como um sacerdócio”. Além do município, onde foi diretor da unidade mista, o médico também atuou nas aldeias indígenas na região.

Em 2019, Nogueira foi transferido para Rio Branco, onde esteve como diretor assistencial da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito e trabalhou na linha de frente no combate ao Coronavírus, na pandemia de Covid-19. Atualmente, trabalha no projeto de descentralização dos serviços de saúde de média e alta complexidade, programa que descentraliza ações das demandas reprimidas na área da saúde.

Foto: Arquivo pessoal

Apesar de ter sofrido discriminação por ter formação na Bolívia, Nogueira afirma nunca foi de fugir dos desafios que a vida impõe. “Quando percebo que as oportunidades me proporcionam fazer o que mais gosto, que é servir com amor a quem mais precisa, que são as pessoas carentes, sem vez e sem voz, não fujo do desafio. Temos que ter orgulho da nossa origem de formação, o profissional quem diz no final são os resultados positivos”, diz.

Ao falar de desafios, Nogueira afirma que além dos que já passou para realizar o sonho, agora é pré-candidato à Câmara Federal, para continuar ajudando as pessoas e servindo com amor.

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