Junior Manchineri, indígena do povo Manchineri, de apenas 21 anos, é o indígena mais jovem do Brasil a se candidatar como deputado estadual. Sua candidatura será homologada nesta sexta-feira (5), durante convenção do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Somos coletivos e diversos, em um estado Amazônico que possui indígenas, população negra, ribeirinhas, extrativistas, lgbtqia +, religiões de matriz africana, comunidade ayahuasqueira, católicos, evangélicos progressistas, movimento socioambiental, artistas, mulheres, professores e povos indígenas”, afirma Junior.
Manchineri é filho de Elcio Severino da Silva Manchineri e Maria das Graças Costa Silva, que se conheceram no dia do enterro do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988, em Xapuri.
Seus avós paternos Zé Urias Manchineri e Maria Manchineri lutaram pela demarcação da Terra Indígena Mamoadate, localizada entre os municípios de Assis Brasil e Sena Madureira no estado do Acre, foi identificada em 1977, demarcada em 1986 e homologada em 1991; seus avôs maternos Expedito Ferreira da Costa e Adalgisa Pinto da Costa, naturais de Boca do Acre (AM) saíram do seringal para dar oportunidade de estudos para seus filhos em Rio Branco.
O jovem recebeu o apoio de Sonia Guajajara, importante líder indígena brasileira que em vídeo reafirmou a importância de ter mais indígenas nas assembleias legislativas.
“Júnior é um jovem guerreiro, líder que está conectado com nossas pautas, com movimento indígena e lutas coletivas”, afirmou Sônia.
“É preciso ocupar espaços que nos foram negados, para que nossas histórias sejam narradas e construídas por nós. Com a pré-candidatura, quero somar raízes, unir o direito dos povos indígenas, da juventude, dos estudantes e atuar na defesa da Amazônia. Muito mais do que uma pré-candidatura, um movimento popular”, diz o indígena.