CBF paga R$ 1,6 milhão de multa à Fifa e avança por amistosos

A Fifa confirmou o cancelamento da partida entre Brasil e Argentina, que seria realizada em setembro, pelas Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo. O jogo suspenso ficou conhecido como “Clássico da Anvisa”, por conta da entrada de profissionais da agência no gramado. A decisão veio em acordo com as duas seleções, que retiraram seus recursos da Corte Arbitral do Esporte (CAS), nos quais pediam os pontos do confronto.

Com a anulação confirmada, a seleção brasileira passa a ter um espaço no calendário para a realização de mais um amistoso em setembro, antes da Copa do Mundo. Os adversários serão duas seleções africanas: a Argélia e a Tunísia.

O jogo cancelado é referente à sexta rodada das Eliminatórias da América do Sul, que originalmente seria disputado no dia 5 de setembro do ano passado, na Neo Química Arena, em São Paulo. Tanto CBF quanto AFA terão que pagar uma multa. No caso do Brasil, a multa é de 300 mil francos suíços (R$ 1,624 milhão). Os argentinos pagarão metade desse valor, ou seja, R$ 812 mil.

Segundo a nota oficial da CBF, metade da multa foi suspensa por um período probatório de dois anos. E 50% da multa pagável (25% da multa total) “deverá ser doada diretamente à Organização Mundial da Saúde (OMS), em apoio aos seus esforços contínuos no combate à COVID-19”. A AFA também terá que fazer o mesmo procedimento.

Na última quinta-feira, a CBF confirmou o pedido para cancelar o clássico, após solicitação da própria comissão técnica da seleção brasileira.

– Diante da posição da comissão técnica, vamos procurar neste momento a Fifa para que a partida não seja realizada. Não vou medir esforços para atender a comissão técnica. A nossa prioridade é conquistar o hexacampeonato no Catar. Se a partida não é recomendada pelo comando da Seleção, vamos investir para que a partida não ocorra – disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Com a decisão, a CBF tem dois amistosos engatilhados para serem realizados na Europa na data Fifa de setembro, a última antes da Copa do Mundo. Um deles contra a Tunísia e o outro contra a Argélia. Os jogos serão realizados na Europa, um deles ou até os dois podem ser na França. Os jogos estão previstos para os dias 22 e 27 de setembro.

Relembre o caso:

O caso se discutia nos tribunais esportivos desde a suspensão da partida em 5 setembro de 2021, quando agentes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em ação para retirar de campo quatro jogadores da Argentina que haviam entrado irregularmente no Brasil – segundo as normas de segurança sanitária em meio à pandemia de Covid-19.

A CBF, a AFA e a Fifa procuraram entendimento triangular para suspender em definitivo a partida. Era de interesse, inclusive, das comissões técnicas das duas seleções favoritas para a Copa do Mundo de 2022.

Entendiam Tite, Scaloni e companhia que não haveria ganho técnico com partida tão próxima ao Mundial, que poderia acarretar até suspensão para a primeira fase da Copa do Mundo – em caso de cartões amarelo ou vermelho no jogo.

A CBF também não tinha sinais claros sobre a disponibilidade dos argentinos para a partida. Ainda mais depois que o jogo amistoso entre os rivais na Austrália foi cancelado de véspera, com mais de 50 mil ingressos vendidos. Existia a possibilidade de enviarem time alternativo para enfrentar o Brasil.

Mesmo com um jogo a menos, Brasil e Argentina ficaram com as duas primeiras posições das eliminatórias da América do Sul para a Copa. O time de Tite somou 45 pontos, seis a mais que o de Scaloni. Uruguai e Equador serão os outros representantes sul-americanos no Mundial do Catar.

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