Corpo de homem fica mais de 12h “preso” em hospital no AC e família denuncia: “Negligência”

O operador de motosserra João Jose Gurgel Leitão morreu na tarde desta terça-feira (9), quando trabalhava em Feijó, no interior do Acre. Segundo a cunhada, Creuza Cardoso, uma árvore caiu em cima de João, que teve morte instantânea.

Por volta das 18 horas, o corpo deu entrada no Hospital Geral de Feijó e, segundo o relato da família, a médica alegou que a morte “era suspeita” e, por isso, precisava de uma avaliação do Instituto Médico Legal (IML). Aí começa o descontentamento da família.

Fampilia passou a noite inteira no hospital/Foto: cedida

Além da dor da perda, os familiares ficaram de plantão no hospital pedindo pela liberação do corpo para ser velado, o que só aconteceu na manhã desta quarta-feira (10).

Um vídeo gravado por volta das 21h, cerca de 3 horas depois que chegou ao hospital, mostra o corpo ainda com sangue e sujo.

“Ontem a médica disse que ele precisava ir para Cruzeiro do Sul, ir para o IML, e não solicitou à polícia que levasse o corpo. Deixou passar a noite inteira. E hoje de manhã, o médico plantonista liberou o corpo, contradizendo o que a médica disse. Fez por uma questão de humanidade, pois até eles, aqui no hospital, sabem que está ocorrendo. Agora a funerária está levando o corpo para que possamos ao menos nos despedir dele”, disse a cunhada.

“A família inteira no hospital reunidos passando por constrangimento, a esposa e toda família sofrendo. A médica não apareceu, ela poderia ter vindo conversar melhor com a família que está fragilizada. Ela não poderia deixar o corpo como deixou”, afirmou Creuza.

Vídeo mostra a tentativa de negociação dos familiares pela liberação do corpo:

A diretora-geral do hospital, Maria Izerlândia Melo, disse que não está na cidade e por isso não tem muitos detalhes sobre caso, mas afirmou ao ContilNet que não pode questionar a conduta médica.

“Não posso dizer que foi negligência. A médica disse que desconhecia a causa da morte e pediu uma avaliação do IML”, explicou.

Sem corpo liberado, familiares aguardavam para velar o trabalhador/Foto: cedida

A diretora explicou ainda que a demora pela liberação do corpo ocorreu por um conflito entre a Polícia Civil e a médica plantonista.

“Ela pediu a avaliação do IML e a Polícia Civil disse que não era caso de IML e não levou o corpo”, finalizou.

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