O mercado automotivo vem registrando importantes mudanças no que tem a ver com estoque, condições de compra e preços. Após quase dois anos de incrementos contínuos, finalmente o setor de carros usados reflete uma queda nos valores de venda publicados. Trata-se de um bom momento para aproveitar? Entenda.
Desde a chegada da pandemia, a indústria de veículos sofreu grandes golpes, principalmente por causa das interrupções na fabricação originadas pelas medidas de prevenção contra os contágios. A crise dos chips, pequenas partes fundamentais para a integração dos circuitos elétricos dos carros, só veio piorar o cenário, limitando a quantidade de unidades zero quilômetro disponíveis para serem comercializadas.
Obviamente, a falta de estoque de carros novos rapidamente causou os seus efeitos no mercado de venda de veículos seminovos e usados, incrementando a sua procura e, portanto, elevando os preços de um jeito preocupante.
O fenômeno foi tal, que alguns modelos usados chegaram a ser vendidos por valores mais custosos do que as versões novas deles.
Um bom momento para pensar em carros usados
A boa notícia, para quem procura adquirir um carro nessa época, é que a média dos valores dos carros usados desceu em 7,5% no trimestre entre abril e junho passado, de acordo com dados fornecidos pela FENAUTO (Federação Nacional dos Revendedores de Veículos).
Essas mudanças nas cotações ajudaram a que 4,37 milhões de unidades fossem comercializadas nos primeiros seis meses de 2022. Mesmo assim, os níveis de venda ainda continuam sendo menores aos números registrados no mesmo período do ano passado, época em que 5,45 milhões de carros usados foram vendidos.
Como explicou o presidente da Federação, Enilson Sales, as projeções para o mercado de seminovos e usados indicam que ele continuará se recuperando ao longo do ano, mas sem atingir valores maiores aos de 2021.
Para os possíveis interessados, a ideia de comprar um veículo usado ou seminovo pode ser uma boa alternativa neste momento, aproveitando o momento de queda nos preços.
Nesse sentido, o comprador não apenas se beneficia gastando menos no momento da compra, mas também em custos de manutenção. Assim, por exemplo, o valor das apólices do seguro de carro está ligado à cotação do carro protegido, portanto, uma baixa no seu preço também pode trazer benefícios no pagamento periódico do seguro.
Em contraste, a situação das unidades zero quilômetro é outra. Atualmente, apenas 18 dos modelos do mercado custam menos de R$100 mil, sendo as versões mais básicas. Dentre os mais populares, podemos achar o Fiat Mobi (R$63.100), Argo (R$75.190) e Cronos (R$79.668).
O mercado de comercialização de unidades novas, atingido ainda pela falta de estoque e pelos preços elevados, também registra fraqueza nas suas vendas. De acordo com a informação publicada pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), as vendas acumuladas neste ano apresentam quedas de 12,7% em comparação com o mesmo período de 2021.
Especialistas consideram que o aquecimento do setor de vendas de unidades usadas e seminovas, finalmente também ajudará à reativação da indústria toda.