A Polícia Civil de São Paulo prendeu na segunda-feira (29/8), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, uma mulher trans de 49 anos suspeita de ter matado o amigo, assumido a identidade dele e tomado posse dos bens da vítima.
Segundo a investigação, após o crime, Maryana Elisa Rimes Paulo teria movimentado cerca de R$ 1 milhão do patrimônio de Marcelo do Lago Limeira, por mais de um ano. Um suposto comparsa dela está foragido.
De acordo com a polícia, Maryana, que é cantora e maquiadora, teria conhecido Marcelo em festas. Os policiais descobriram que o homem vivia sozinho e tinha começado o processo para fazer a transição de gênero, porque também queria ser reconhecido como mulher.
De acordo com a polícia, Maryana, que é cantora e maquiadora, teria conhecido Marcelo em festas. Os policiais descobriram que o homem vivia sozinho e tinha começado o processo para fazer a transição de gênero, porque também queria ser reconhecido como mulher.
Marcelo recebia ajuda financeira de uma tia e tinha alguns imóveis alugados em nome dele. Em maio do ano passado, conforme informações levantadas pela polícia, ele fez a primeira cirurgia no rosto e, depois do procedimento, foi visto entrando em casa pela última vez. Na ocasião, Marcelo estaria com o rosto coberto, porque tinha feito uma plástica.
Logo depois, de acordo com a Polícia Civil, Maryana passou a morar na casa, para fingir que estava cuidando de Marcelo. No entanto, a investigação descobriu que ela matou o amigo dentro da residência com doses excessivas de remédios e colocou em prática o plano de assumir a identidade e os bens da vítima.
Segundo a polícia, Maryana contou com a ajuda de um comparsa para cometer o crime. Ela teria chamado o amigo Ronaldo Bertolini, que está foragido da Justiça, para ajudar a se livrar do corpo. Em seguida, a dupla alugou uma chácara em Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo, e queimou o corpo de Marcelo.
Maryana e Bertolini, de acordo com a polícia, ainda tentaram enterrar os ossos da vítima posteriormente. No entanto, eles abandonaram os restos mortais na Estrada Edgar Máximo Zambotto, que liga a Grande São Paulo ao município de Jundiaí.
Esquema descoberto
Assim que voltou para o ABC, Maryana assumiu o lugar do amigo e enganou funcionários do cartório. Dessa forma, conforme apurou a polícia, ela passou a receber o dinheiro dos aluguéis das casas de Marcelo, além da mesada que a tia dava a ele todo mês. Ela alugou a casa onde o homem morava e vendeu o carro dele com uma procuração falsa.
O esquema criminoso só começou a ser descoberto em abril deste ano, depois que Maryana tentou movimentar o dinheiro da vítima, apresentando a mesma procuração no banco. A gerente, que conhecia Marcelo, suspeitou que algo estava errado e avisou a polícia.
Conforme os cálculos dos investigadores, Maryana e seu comparsa movimentaram cerca de R$ 1 milhão da vítima.
A defesa da acusada afirmou que a investigação está em andamento e que qualquer informação neste momento pode atrapalhar o trabalho da polícia. Disse, ainda, que vai se manifestar de forma mais ampla após a conclusão de todos os atos legais.
Maryana e Ronaldo Bertolini devem responder a processo pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos.